
ILHA DA VIRGEM MAGRA
Na noite do meu desespero
Amarrado ao tronco
Sinto as dores e as marcas da chibata
Enquanto as névoas levam meu barco
O barco da minha liberdade
Que entre névoas ganha o mar
Lágrimas cativas escorrem pelo meu rosto
Enquanto as névoas acabam por me afogar
Névoas que são chicotes
Sede sem holofotes
Corpo a sangrar
Liberdade perdida que ganha outro mar
São apenas névoas
Que invadem o coração
Névoas
Que o vento não leva
Névoas que embaçam
Meu canto
Escondem minhas dores
Naufragam meus amores
Névoas que habitam meu lago
Que abrem feridas
Que passeiam pelo meu corpo
Quebrando todos os meus cristais
São apenas névoas
Que camuflam meu horizonte
Que levam pra longe meu bem querer
Delírio do meu viver
São apenas névoas
Que o vento não leva