Eu também acho. E melhor: soube recentemente, tem alguns exemplares à venda de “Histórias do Deserto” desse autor marginal e louco, que é… como se chama? Bem, não interessa.
Uma livraria nas instalações duma antiga fábrica. Tudo em metal. A escada para o primeiro piso. Um espaço amplo, onde o livro se sente com dignidade. E o visitante anda por ali. Vendo e mexendo. Inserido num complexo de ateliers e escritórios, com ligações à moda e às artes. Edifícios entre a ruina, o antigo, o pós-moderno, há uma frescura apesar da estrada de paralelepípedos centenários que nos obriga a sempre um passo em falso como que atravessando uma ventania ou outros ventos simbólicos que se referem a quando a altas horas da noite o equilíbrio das pernas é titubeante devido a alguma excessiva reserva etílica no organismo.
Uma livraria para ser visitada como local estranho e sublime. Para se estar e não apenas passar. Daqueles locais em que apetece que anoiteça e as horas se instalem como gatos furtivos e lentos. Ficar por ali na conversa. Sobre livros. Que se sabe que é sobre a vida. Tudo é sobre a vida. Venha de carocha VW do outro século. Venha de bicicleta pasteleira e ferrugenta. Venha de biplano guiado pelo barão Von Richthofen. Mas venha ler e estar à Ler Devagar. Em Alcântara, não muito longe dos bares. Tropece e caia por ali. Nas páginas dum belo poema ou nas ruas escuras dum livro de viagens. Vale a pena a viagem. Pode ser que me veja por lá. Se for, toque-me no ombro e beberemos uma ginginha ali por perto, para os lados do largo do Calvário.
(Jun. 12)
Autor: Carlos Teixeira Luís
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=225940#ixzz1zeXSud3u
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Uma livraria nas instalações duma antiga fábrica. Tudo em metal. A escada para o primeiro piso. Um espaço amplo, onde o livro se sente com dignidade. E o visitante anda por ali. Vendo e mexendo. Inserido num complexo de ateliers e escritórios, com ligações à moda e às artes. Edifícios entre a ruina, o antigo, o pós-moderno, há uma frescura apesar da estrada de paralelepípedos centenários que nos obriga a sempre um passo em falso como que atravessando uma ventania ou outros ventos simbólicos que se referem a quando a altas horas da noite o equilíbrio das pernas é titubeante devido a alguma excessiva reserva etílica no organismo.
Uma livraria para ser visitada como local estranho e sublime. Para se estar e não apenas passar. Daqueles locais em que apetece que anoiteça e as horas se instalem como gatos furtivos e lentos. Ficar por ali na conversa. Sobre livros. Que se sabe que é sobre a vida. Tudo é sobre a vida. Venha de carocha VW do outro século. Venha de bicicleta pasteleira e ferrugenta. Venha de biplano guiado pelo barão Von Richthofen. Mas venha ler e estar à Ler Devagar. Em Alcântara, não muito longe dos bares. Tropece e caia por ali. Nas páginas dum belo poema ou nas ruas escuras dum livro de viagens. Vale a pena a viagem. Pode ser que me veja por lá. Se for, toque-me no ombro e beberemos uma ginginha ali por perto, para os lados do largo do Calvário.
(Jun. 12)
Autor: Carlos Teixeira Luís
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