
Pasmem os amantes da paz, pois eu a conheci em meio a uma guerra: Linda, irresistível, simplesmente maravilhosa com seu traje branco amarelado pela poeira da estrada.
E com sua cútis tão branca quanto a pureza dos arcanjos celestes, que se alimentam de luz, ela fisgava a curiosidade daqueles que ansiavam encontrar a felicidade. Como eu fazia parte desse ansioso-desesperançado grupo, não me contive, quis logo me aproximar para sugar seu doce perfume que era tão forte quanto toda nicotina e poluição contida no ar.
Em pouco tempo nos unimos. Ela já controlava meu cérebro e adoçava meu sangue; éramos um só ser: “O corte e a navalha suja de sangue numa noite de chuva”.
E em nome de nossa união comecei a viver somente para ela. Passamos a ser fiéis um para com o outro e infiéis para conosco. Eu fui expulso de casa, briguei com os amigos, comecei a roubar e a me prostituir para sustentar o nosso romance.
Hoje faz onze anos que o nosso amor começou, vivemos isolados do mundo porém vivemos juntos, isso é o que nos importa; é isso o que nos faz felizes...
___ ... não é mesmo, cocaína, meu amor?
(Sergio-Salles-Oigers)
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