
As gotas caem no azul
Tão indecentes como um beijo na boca
Molho o meu corpo
Como se a água fosse saliva
E brotasse dos orifícios da minha pele.
O velho rabo de peixe mexe e remexe
A espuma de água-doce.
Mas a benção desse refrigério
Está na humildade em que eu
Bebo do leite de seus seios
Que foram feitos para amamentar crustáceos.
Água; verdadeiro corpo da terra.
(Marcio Rufino)
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