Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 7 de setembro de 2010

PASSOS NO QUINTAL


PASSOS NO QUINTAL

A madrugada já estava avançada quando foi despertado pelo pesadelo que
Infligia seu sono. O quarto estava iluminado por uma tênue luz do abajur na cabeceira ao lado da cama. Levantou-se, calçou os pequenos chinelos e caminhou para fora do quarto. O corredor estava escuro, mas conseguia enxergar a escada. Desceu devagar, degrau por degrau, ainda assustado pelo pesadelo que o despertou no meio da noite. Chegou na sala que também encontrava-se na penumbra e seguiu devagar, quase que tateando as paredes em direção à porta.
A noite estava fria e caía uma chuva fina. A porta foi aberta e o pequeno menino apareceu timidamente, sentindo o frescor na varanda, seus olhos estavam sonolentos e sua face deixava transparecer um certo temor. Caminhou lentamente para o quintal, ouvindo as vozes da noite que sussurravam seus temores, suas fantasias, sua esperança de alcançar a liberdade que está tão distante ainda. Parou no meio do quintal, próximo ao balanço, que viajava de um lado para o outro, empurrado pelo vento, e sentou-se na grama para brincar com as pedras sem importar-se com a chuva fina que molhava seu rosto. As pedras subiam e desciam seguidas pelo olhar e aparadas pelas pequenas mãos antes de tocar o solo. As pedras subiam e desciam levando-o sonhar através das estrelas escondidas pelas nuvens, pela chuva que refrescava sua alma. Deixou as pedras de lado, levantou-se e seguiu caminhando. O portão estava à sua frente, era só abrir e a liberdade da rua estaria inteira, vacilou um instante, imaginando que os monstros lá de fora, da rua, da vida, poderiam ser piores que os que habitavam seu quarto. Adormeceu no gramado, cansado de procurar uma saída, de ser prisioneiro do castigo no quarto escuro, habitado pelos monstros das histórias infantis feitas e contadas para ninar crianças, onde os pesadelos entravam com o vento pela janela

Um comentário:

Sergio-SalleS-oigerS disse...

Arnoldo Pimentel e os elementos que o indentificam tão propriamente: "Olhar, Liberdade e Quintal".