Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Leão




















Todo o dia levanto-me,
Pulo da cama ouvindo, lá fora,
O rugido do leão.
Escovo os dentes, visto-me,
Preparo o café, enquanto ele
Vai de um lado a outro, esfaimado,
Numa infatigável faina de devoração.
Que fazer? Não acordar?
Não levantar pra trabalhar ou rezar?
Não há como!
Há sempre o inelutável
Do despertador, de homens e ambições
Enrodilhando-se-nos,
Espreitando-nos nas esquinas,
Na savana do coração.
Não há como fugir,
Amansar o leão,
Pô-lo numa coleira de circo,
Numa jaula de picadeiro;
O leão é cobra!
Todos os dias saio para matá-lo;
Visto-me, perfumo-me para isso,
Em frente ao espelho, penteando o cabelo,
Organizando a agenda, apertando
O nó da gravata, enrolando
Uma maçã em papel,
Desviando munição e armamento.
Todos os dias o esfaqueio,
Esperando o momento derradeiro
Em que terei de esquartejar-lhe o ventre,
Comer-lhe as tripas, sujar-me
De seu sangue e empalhar uma cabeça,
Que se parecerá com a minha,
Na parede alva da sala.
Então terei vencido:
Serei pior!

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.

5 comentários:

Marcio Rufino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcio Rufino disse...

Todos nós temos que matar vários leões por dia caro poeta. Belíssimo!!!

Jorge Medeiros disse...

Maravilhosa poesia! Às vezes somos leão ou cordeiro, graças a Deus de maneira subjetiva. Você tem a alma linda e vai se purificando quando escreve suas poesias!

Rodrigo de Assis Passos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo de Assis Passos disse...

maravilhoso o espaço de vcs, pura poesia,como foi ler vcs!