Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 27 de março de 2011

Eureka & Torvelinho

Eureka

Um punhado de terra
Caindo por entre os dedos.
Um pouco de água
Escorrendo pelos vãos dos dedos
De Deus
- EUREKA! –
E Deus criou o Macaco
A sua imagem e semelhança
E de sua costela primitiva
Partiu sua companheira inseparável:
Lilith!
De galho em galho
É natural que
Seguindo o conselho de qualquer bruxa
Experimentassem aquela fruta.
E o Tempo se encarregou do resto.
O Tempo sempre se encarrega de tudo.
Só o tempo dirá!
A Evolução é o que nos tornou
Imperfeitos.

Torvelinho

Não vomito meus poemas como se fosse um jorro de palavras
Rumino, rumino e cuspo palavra por palavra
Palavras supérfluas
Palavras super fulas

Pra onde quer que eu vá
Não vou saber voltar
Pra onde quer que eu vá
Não vou querer ficar
Só o sol
Ascende o dia
Duas luas
Era tudo o que eu queria

l ar
lu
lug

De tanto abaixar a cabeça se acaba de cabeça para baixo.

Não estamos todos no mesmo barco
Somos náufragos
Atracados cada um a sua própria tábua de salvação
Nós e a vela
Destroços de uma mesma mísera embarcação

Somos homens e ratos
Somos homens e sacos de batata
Somos todos farinha do mesmo saco
De estopa roído rasgado
E forrado de migalhas
Em meio às fezes

Somos de lua
Uivamos
Morremos na praia
Gripamos
Escalamos montanhas
Quedamos
Sós SOS sós
E mal-acompanhados
Somamos as perdas
Estamos salvos

Poema de Andri Carvão

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