Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 15 de março de 2011

Para cantar a mulher da minha vida

Há que usar muitas palavras para cantar a mulher da minha vida. Palavras das mais castas, santas, brancas, calmas e leves, e até das vis, pois trata-se de pessoa humana.

Há que segui-las de adjetivos para que caminhem corretamente adornadas, do contrário seria pouco para falar daquela que me marcou como quem marca gado: a ferro e fogo. De início dói,mas agora permanece - sabor de eternidade - feito tatuagem que enfeita e veste, e dá o tom de quem a gente é. Palavras são poucas.

Há que usar das mais belas e quentes e frias e tácitas metáforas, assim como é próprio dos poetas que cantam suas amadas. Há que usar rimas, das pobres, das ricas e das medianas, sem discriminação de classe. Afinal, para cantar uma mulher faz-se preciso tanto as flores quanto os diamantes. Palavras, há que casá-las muito bem a fim de construir imagens, ofício da (boa) poesia. Que ao ler a mulher amada tenha um filme à sua frente, claro e sutil,
telas de grandes artistas animando-se a cada linha. Mas por mais que as palavras se façam solenes neste momento, há que tocar àquela que me emprestou seu seio e me entregou seu corpo. Tem de haver um beijo, um enlace.

E, por fim, há que dizer: “ainda que o tempo passe, ainda que sua pele perca o viço, ainda que o seu corpo feneça, ainda assim te amarei, cada vez mais”. Há que reproduzir o momento em que ela me viu pela primeira vez e, desamparado, ela me aninhou em seu colo e deixou rolar a primogênita das muitas lágrimas que ainda estavam por vir.

Texto de Fabiana Esteves.

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