Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 29 de março de 2011

Xeque-Mate

O cavaleiro toma um chão
O cavalo em disparada
O mensageiro das más notícias
Numa mão bandeira na outra
Espada e cabeças cortadas
Meu reino por um cavalo

O príncipe virou um sapo
A carruagem abóbora e a princesa
Perdeu o cabaço na escadaria
O cocheiro é um homem
Um rato um saco de batatas
Ou farinha do mesmo saco

A tartaruga é uma lesma
E a lesma um bicho-preguiça
O bobo da corte é o povo
Maltrapilho enrolado em
Bandeiras rasgadas empunhando
Machados e enxadas

Castelo de cartas e de areia
Rolam os dados na roleta
E o tempo na ampulheta
As torres tomadas incendiadas
E tombadas os jardins de ossos
Cachorros magros e raivosos

O trono de ouro e o cetro
De ouro e a coroa de ouro
E o coração de pedra e a alma na lama
Por uns parcos trocos trinta
Tostões o conluio dos bispos
Os conchavos políticos

A armadura de lata e pena
Vermelha no capacete de lata
Rubro o tapete em chamas
De sangue a rainha está nua
O rei está morto viva o novo rei
O dízimo mais os impostos

Poema de Andri Carvão

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