Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
sábado, 30 de abril de 2011
Habeas corpus
loucos e santos são os erros
mil janelas vagas
e um coração partido
loucos loucos loucos loucos
conquistados pelo arame farpado
iludindo o passado
falando dos seus amores
(insaciável como uma garrafa de Whisky)
falamos de nossas torneiras
choro despido
chuva da noite iluminando as lâmpadas
loucos loucos loucos loucos
se escondendo dentro das roupas íntimas
procurando a melhor forma
de pular do telhado
(o purgatório é o peito)
sai para dentro
deixa a palavra de cabeça pra baixo
em rajadas de poesia
pela janela fechada...
(erros são Serafins)
Poema de Vânia Lopez
Só com você....
Entre um beco e várias pessoas,
Mas sempre sozinha...
Com meu coração sem rédea.
Vi-me por entre espinhos,
Lidando com mesquinhos,
Bebendo vinho da inglória.
Vi minha vida morrer por um triz,
Sem saída, sem sorte,
Buscando meu norte e tendo que ser forte.
Anelando o natural,
Querendo dar de face com um coração emoção.
Querendo o carinho doce feito rio, desejando o beijo salgado feito o mar.
Por algum tempo!...
Aprendi que não tem dor nem lamento, tudo tem hora e tempo.
Quando você surgiu, resgatou-me do mar revolto que eu iria afundar-me
Cadê o amor?
Você viu o amor por aí?
O amor que Deus nos ensinou.
Tenho procurado nas pessoas
Tenho revistado os lugares, e....
A chama está se apagando
As pessoas estão se entregando...
Ao rancor... Ao ódio consumidor.
A mente dos fracos e oprimidos
Liga-se o rádio, só trajédia...
Liga-se a tv, só trajédia.
É mãe matando filho
É possesso vingando-se e atirando
Cadê o amor?
Durmo pesada
Fico pensando preocupada...
O que será da vida amanhã?
Cadê o amor?
Aquele, que Deus nos confiou
Cadê?
Se alguém achar...
Por favor!...Guarde-o...
Com sete chaves para sujeito nenhum roubar!
Estou matendo-o bem.
Oro pedindo a Deus
Que ele nunca suma de mim!
O descrente
a. lista.
em. libido.
à. libra
é:
linha-pendente.
(frente.)
da.
caça-carta (e)dessa liberdade
ou.
peça-devoção
(é: área.)
expansão.
pacto de sonhos im.presentes
o conflito
a vénia
carta-gesto, sonho-vago
pó.
desuso
por.
causa-cela
a mente.. por abstenção
o.não.
a. falha..
da febre
que me serve,
à página-sentinela
qual marca d’água(dela) sob à mesa
(e, lá.sempre..)
presa.
da pressão inteira sob à ferida
(minha.)
sina.
parte da parte.
ou
acima da cura
ou
abate.
(e. incertezas.)
por uma linha-rapina de vida
quando em
prece..
ida.
quando ferve,
é..
caída.
- oh, seja..
tela em falha nos lábios por não-inserção
meu.nada-fim
o.meu: não.
em.
continuo acto-gasto
- oh, seja..
à letra.
em.traço
algo/algo
ou.tempo,
ou.gasto
ou.não.
frase da parte sem área-reclusa
lacre.
dos palcos traduzidos
aos
ensaios alheios que te precisei
aos poucos lados de mim
leve
tão leve assim
tropo-asa em declínio.
raso
o.
acto do crime
caso,
este.
fogo-e-facto sem prévias de lei
ou ar
a deixar..
soslaio e cego, tão perto: por alento..
vertido
crivo
qual à estaca pendente por um laço sede-e-preferido
ora, quente
ora,
sopro, solto.e, frio..
o.meu
tempo deixado aqui na terra
a.minha
luta perdida no teu posto-livro
lá,
d'onde em outras vestes,
à quimera sem um erro pouco-previsto,
(ou desejo/ou risco)
eu tolo, um caminho, te planejei.
e,
jaz.aqui..
a minha trilha, sendo lua
tua.
e parte..
da parte que me chama
às causas insanas de mente e anseio
é letra.
é esta.
lenda/vénia ou marca que me queima
ora,
apenas,
é
cena..
imagem-senda à nudez-puta por um grito antes de (me/te)desaparecer, e..
cá.
e
vivo,
me mantém, também.
à véspera desse sol,
desse sol..
e,
sim.
Poema de Azke.
TOQUES
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Desabafo
Devolvo. Não pago o que não devo.
Não calo e rejeito o fariseu.
Talvez a procura de um museu
Desfaça esse triste desenredo,
Roteiros não faltam no liceu.
Na busca de amor sem Romeu,
Tampouco Julieta de arremedo
Seguindo perdida em meio ao mussiú.
De instinto femínio e não proteu,
Sincera, não nego o que sou e zelo
Ao expor-me aos abraços de Morfeu.
Poema de Yayá
Párias
Que não é a bem faceira
De roda e de brincar,
De festa e São João
Mas gélida de agosto,
De ser todo em desgosto
Acesa pra espantar
Baratas e friagem,
Sob hirta e fria laje,
Sob hirta e fria noite
Escassa, de estiagem.
Tão fria que arrepio
Provoca qual açoite
De látego no corpo
Baldio, correntio,
Na trágica orfandade
Dos párias da cidade,
Escravos sem senzala.
Entanto tal fogueira
Dos sem eira nem beira,
De restos que tu catas
De esquinas e lixeiras,
Dissipa chama rala
Que pouca força tem
Ao frio secular
Que vem de tropical
Cidade americana
Enfim subjugar,
Enfim de ti afastar
Os ratos que também
Te correm pelos pés.
Contigo todos comem
Semelhos a novo homem
Que rói a velha lápide
Decrépita e ancestral
Que afunda em lamaçal.
E sob rija laje,
Concreto cru de ultraje,
Se esfria até a vontade
Da pobre mão pedinte,
De ser tornado helminte,
Esmolas suplicar –
Terrível condição,
Gravosa de aleijão,
Que além desta matéria
Te inflige a vil miséria.
Dormir é o que tu queres,
Dormir para esqueceres
A frágil noite e seres
Que habitam estes pântanos
De sapos e elefantes
Comendo a cria infante
Com molho de alcaparras
Em meio a loucas farras,
Enquanto tu escarras
Um rio intolerante
Aos pés de nossas casas.
Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Sinais de fumaça
Cale-se
Escute
Eu estou falando com você
Ouça
Cale a boca
Eu estou falando com você
Silêncio
Fecha a matraca
Eu estou falando com você
Quieto
Dá um tempo
Eu estou falando com você
Quando um burro fala
Fecha o bico
Eu estou falando com você
Você é surdo?
Esqueça
Não falo mais com você
Meu amigo imaginário não tem um pingo de imaginação.
Meu amigo imaginário: você não existe.
Poema de Andri Carvão
Mulher-Hiena

Linda, louca, livre.
Intensa, híbrida, simples.
Foi mordida por uma hiena
Numa véspera de carnaval.
Recebeu uma alegre maldição serena
Que perdurou nos quatro dias de bacanal.
Da Baixada Fluminense
Já ouvia o ronco da cuíca
Que vinha da apoteose
Seus quadris e suas sapatilhas
Criavam vida própria
Numa hipnose.
Ao som do pandeiro e do reco-reco
Balança as ancas feito um boneco
Juntam-se a sua volta
Sambistas, mulheres, gays, crianças e velhos
Entre cerveja, churrasco e batucada
Envolve a todos com seu rebolado
E devora-os sem atraso
Sob histéricas risadas
Desgrenhada
Numa felicidade oca
Com o sangue dos inocentes
Escorrendo de sua boca.
Bacante peluda
Nua
Com seus dentes caninos
Come rindo suas presas
Que morrem canibalizadas
Incertas, sorrindo.
Ela invade blocos,
Luaus,
Boleros,
Pagodes
E saraus.
A polícia a procura
Distinta
Mas ela some
Na quarta feira de cinzas.
Ela está por aí disfarçada
Na professora,
Na empregada,
Na mãe de família,
Na dona de casa.
Na poética da narrativa;
Na surpresa da vida;
Na temática da poesia.
Marcio Rufino
Todos os direitos reservados.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Bico-doce
Em permanente atraso na pensão, só não era despejado pela Maria Baiana porque de vez em quando chegava junto, apertava suas carnes fartas, deitava em seu colchão de crina, permitindo que a morena montasse seu corpo esquálido e deslizasse na vara tesa. Ainda ganhava café da manhã.
Entre todas as manhas, essa: gostava da noite. Assim que um dia, em que tinha juntado trocado suficiente, tomou um banhão, tascou um perfume da Baiana, e foi a um cabaré, rever as formas, sentir o calor e a maciez da ilusão.
Quieto num canto, bebida parada no copo. Passavam junto dele loiras de bocas vermelhas, vestidos curtos, corpos quentes. Sorriam, tinham olhos brilhantes, e eram solitárias; putas são seres solitários. Sentia-se bem ali, uma solidariedade concubina.
Uma baixinha lançava olhar insistente. E agora? Se ignorasse, acabaria perdendo a chance; se aceitasse, teria que pagar uma bebida. Sofria a indecisão quando ela se aproximou, e não teve jeito, porque às vezes um é feito pro outro.
Estendeu a mão e o nome - Rosa. Sentou no tamborete ao lado. Coxas roliças são melhores que pouco dinheiro. Ofereceu bebida. Feitos um para o outro, ela colaborou:
- Bebo do teu copo.
Porra, vai por mim: não tinham assunto. Pra quebrar o silêncio, ele falou “Vou ler tua mão.” Além do mais, ler a mão era uma cantada que não costumava falhar. Tem mulher que adora ser enganada, pra dar sem responsabilidade. Rosa estendeu a mãozinha esquerda.
- Você está apaixonada.
- Como você sabe? Conta mais!
Valdecir preparou o bote:
- Ele tem outra.
A mão tinha linhas e marcas, como qualquer outra, só que era mais macia e aflita.
- Outra quem?
- Outra, porra, bonita e gostosa como todas as outras, como vou saber?
- E eu, sou o que?
- Pra mim, você é bonita e gostosa.
- Você também tem outra?
- Não tenho nenhuma.
Ela ajeitou com os dedos os cabelos curtos. Ele já esperava:
- Eu só posso sair depois das duas. Tudo bem?
Elas sempre pagam na mesma moeda.
- Por você eu faço qualquer coisa.
- Mesmo?
- Mesmo.
Duas e meia, garçons empilhavam mesas, varriam o chão, ela veio. Pegou-o pelo braço, e levou-o ao seu apartamento, pequeno, porém pago com o suor dos seus lençóis. Tinham dado a primeira, ela quis saber:
- Onde você aprendeu a ler a mão?
- Eu não sei ler a mão. Estava a fim de você.
Apoiada no cotovelo, voz irritada:
- Quer dizer que ele não tem outra?
- Ele, quem?
Ouviram a chave abrindo a porta de entrada. Mal tiveram tempo de cobrir os corpos com o lençol, um tipo mal-encarado, careca e forte, entrou no quarto:
- Que merda é essa?
- Ele disse que você tem outra.
A janela estava aberta, calor sufocante, agora insuportável. O brutamontes puxou um revólver da cintura:
- Põe a roupa.
Valdecir respirou aliviado, e vestiu-se rapidinho.
- Agora, salta.
- Salta?
- Pela janela. Salta.
- Mas estamos no décimo - segundo andar!
- Por isso mesmo. Salta! Ou eu atiro na tua cabeça.
Uma bala na cabeça é sempre fatal. Salto no escuro tinha sido sempre sua vida. Chegou perto da janela, a rua tava longe pra caralho, explodiria como uma melancia, sangue e merda espalhados no asfalto. Lançou a fala mansa:
- Quantos você já matou?
- Não interessa, você não é polícia. Pula, ou te furo a cabeça!
- Posso ler tua mão, antes?
- Pra que?
- Pra eu saber quantos você já matou, ou se serei o primeiro.
- Você não vai pular?
- Nem fodendo.
- Então vou atirar!
- Deixa eu ler primeiro, que diferença faz?
- Bom... Então vem ler. Se você acertar, só atiro no joelho. Se errar...
Pegou a mão do cara, virou a palma pra cima, e viu que era igual a todas as outras: linhas e marcas. Fez alguns sons com a boca, murmurando consigo mesmo, balançando a cabeça em desaprovação. Olhou pro rosto boçal do outro, ar piedoso. O grandalhão se impacientou:
- O que foi? Viu o que?
- Você não vai gostar...
- Fala logo, porra!
- Ela tem outro. Você tá sendo chifrado. Sinto muito.
O brutamontes olhou a amante, que já estava pálida:
- Você sempre disse que eu era o único... Que não teria outro...
- Ele é um mentiroso, Armando, não sabe ler mão, nem nada... Assim você me deixa preocupada!
Enquanto Armando sentava na cama, a arma apontando para o chão, o olhar buscando os cornos da lua, a mulher se explicava, entre lágrimas.
Valdecir deslizou em direção à porta. Abriu, saiu, e tomou o elevador. Não ouviu tiros, nem gritos. Andando sem pressa rente à parede, juntava forças pra chegar em casa e garantir o café da manhã.
Conto de Luís Valise
terça-feira, 26 de abril de 2011
CUBOS DE GELO
sábado, 23 de abril de 2011
Singular
Que te segue e conduz; tua guia
Nesse mundo que pulsa e te sabe
Uma estrela perdida na via
Percorrida por muitos.
Singular que do escuro se entreabre
E se firma no breu, maravilha
Da galáxia na láctea amizade
Percebida; que surge e turbina
A impressão: somos únicos.
Desconhece-se a luz que não esparge,
Que se fecha e se esconde em surdina.
O pensar se faz vivo e sem par
Em magnéticas ondas; um ímã
De atração, denso e plúmbeo.
Poema de Yayá
BAIXADA É ARTE
segue a divulgação virtual. Por favor, enviem para suas listas para "bombarmos" a Semana Baixada é Arte!
O material impresso (folder e filipeta) ficará pronto na segunda-feira. Vamos avisar vocês para marcarmos, com quem desejar, de cada um pegar um pouquinho para divulgar!
Sobre o projeto:
A Semana BAIXADA É ARTE une, em um mesmo espaço, importantes trabalhos de diferentes linguagens artísticas – música, cinema, literatura, teatro e dança – a debates temáticos, com o objetivo de valorizar a produção cultural da região. Mais do que um evento, esta Semana deve ser um movimento de união dos artistas da Baixada em prol da cultura local. Nestes cinco dias, artistas de expressão irão mostrar que a Baixada Fluminense pode e deve estar integrada à sua riqueza cultural.
BAIXADA É ARTE nasceu do projeto O Canto da Baixada, do cantor e compositor Bira da Vila, que reúne exclusivamente obras de compositores de samba da região.
"A valorização cultural da Baixada Fluminense deve prestar homenagem aos antigos artistas, mas também olhar em direção ao futuro, e encorajar a produção dos novos criadores. Fazendo uma ponte entre estes e o público, o evento busca incentivar o desenvolvimento cultural da região."
Bira da Vila
ESPERAMOS TODOS LÁ!
--
Pagu Produções Culturais
Carolina Bellardi
21 7719-7489
21 8118-7525
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Assovio
todas as casas olhavam o céu
afastava a cortina
o dia vinha raiando
se espreguiçando em minha boca
a terra chamava com pressa
afofava um travesseiro
para os sonhos
o vento embaraçava as folhas
eu assistia a calmaria do dia
no céu escrevia minhas lendas
o vento vinha e apagava
subia pelas árvores
me lia pelos galhos
não tinha hora
não tinha relógio
nos pés calçava o ar
em seu vestido vermelho
a Joaninha passeava
as formigas todas de pé no chão
ah, brincava e corria tanto
que o dia não me alcançava
o vento assoviava
a última folha caia
era hora de voltar...
Poema de Vânia Lopez
BOSQUE
quinta-feira, 21 de abril de 2011
O lenhador
E parte a lenha ao meio
O lenhador desce o machado na lenha
E parte a madeira ao meio
O lenhador desce a parte ao meio
E lenha a madeira do machado
O lenhador esculpe um novo cabo
O lenhador decepa um dedo
E enfurecido decepa a mão o braço o pé a perna
O lenhador escalpela a consciência
O lenhador inconsciente
O lenhador inconseqüente
Sem ciência nem paciência
Cantarola enquanto corta:
O Mundo é cruel porque o Homem é cruel!
O Homem é cruel porque a Vida é cruel!
A Vida é cruel por que, meu Deus?
Uma tese não prova nada
Uma tese nada comprova
Um caminhão carregado
É meio caminho andado
Uma ova
Imposto pro Estado
Dízimo pra Igreja
O pobre quebrado
Sem cobre pra breja
Espanco a mulher
Espanco meu filho
Não meta a colher
No meu estribilho
Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar
Não se banha duas vezes no mesmo rio
Ninguém cava sua própria cova
Uma ova
A árvore centenária bipartida
A árvore da vida
A árvore caída
O homem morreu
O raio caiu
O rio correu
Poema de Andri Carvão
terça-feira, 19 de abril de 2011
Mãe Paula

Sou filho de Mãe Paula
Que não é do santo
Mas namorou com o misticismo
Sou filho de Mãe Paula
Rezadeira de primeira
Tirava quebranto e mau olhado
Abria a boca e lacrimejava os "oios"
Ao tocar nos "fios" carregados
Sou filho de Mãe Paula
De cabloco forte e seguro
De passes certos e decisões impassíveis
E com a permissão de Deus
Escolheu a hora de partir.
Jorge Medeiros
A passagem do tempo custa caro
Quem você pensa que é?
Você sabe com quem está falando?
Eu sou um velho decrépito
D e t e r i o r a n d o . . .
Eu não sou velho:
Só sou jovem há mais tempo.
Eu não estou ficando velho:
Estou virando um clássico.
Ei!
Acorda meu caro!
Levanta e anda!
Caminha!
Ei!
Ainda está vivo?
Sacode a poeira!
Respira!
Aviso aos Navegantes
Aos que ainda estiverem vivos
Levantem as mãos!
Aos que já estiverem mortos
Levantem aos céus!
Aos que ainda estiverem vivos
Morram!
Aos que já estiverem mortos
VIVAAA!
Aos mortos-vivos!
Aos que estiverem exaustos
Insônia!
Aos íntimos!
Poesia
Um porto seguro
Uma válvula de escape
Uma tábua de salvação
Línguas Mortas
Devia amanhecer bem morto
E ao arregalar bem as janelas da alma
Furar a terra e o cimento
E levantar do berço de barro
E velhinho de tudo durante o caminho cansado
Soerguer lentamente
Conforme as rugas desaparecessem
E a cara corasse
E o ímpeto e o ânimo irradiassem
E raiassem
E viveria cada vez mais jovem
E toda noite só o sol
E a cada dia mais jovem
E peralta com o passar dos anos
E cada vez mais e mais
Até o útero da mãe natureza
E o saco do pai todo poderoso
Mas não
A cabeça num travesseiro infantil
Repousa
As mãos cruzadas sobre o peito
Calcanhares unidos e as pontas dos pés
Pendendo em separado
O cheiro de incenso
As roupas de domingo
A chuva encolhendo a todos
Até enferrujar os ossos
Silêncio
Principia a cerimônia derradeira
Em meio a soluços
De dor ou de alívio
A sete palmos do céu
Um passo em falso
E chão
Pás de terra sobre o pó
A pedra cinza e fria sobre a
Madeira frágil
A graça entre a estrela e a cruz
A relva e a pátina do tempo
Cobrindo tudo
As doze badaladas
O canto do galo
E o ostracismo inevitável
Uma estrela que cai
É uma pena
Um poeta que sai
De cena
O meio é o fim
E o fim um recomeço
O Inferno são os outros que me habitam
Poemas de Andri Carvão
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Música para elevadores
contemplação do nada, a língua esgravatando o buraco da cárie, de reparo sempre
adiado pelo mestre da procrastinação. As paredes metálicas, um todo de assepsia
brilhosa, numa paz erma e escorregadia. Emparedado e móvel, a setenta metros
de altura. O aço por testemunho do que piso e me cobre a cabeça; perturba–me
essa música rastejante sob o silêncio, a ausência de cheiros, odores e nuances.
Um ser assustado me observa, do outro lado deste dilema de aço: eu mesmo,
sobraçando meu jornal e minha circunstância. Talvez a vida me tenha sido leve:
sentimentos anódinos, memórias desinfetadas, o fim da infância descoberto no
limiar da velhice. Agora, a música tão próxima, quase a brotar–me dos olhos,
ligados na tinta forte das manchetes. Paramos. Mais alguém na caixa. Uma
mulher–ruiva de fato ou circunstância? Procura na bolsa, tateando um sentido
inexistente aqui fora, até esbarrar no batom; joga os cabelos para trás, em frio
e largo gesto; retoca os lábios fazendo minhas pupilas de espelho, mas não me vê.
Conto de André Albuquerque
domingo, 17 de abril de 2011
Hoje...Não!... Por que?
Mas quem dita dogmática regra?
O certo e errado não está na sola do sapato
Quando o pé por vontade nos carrega!!!
E se o desabrochar da flor dobra o tempo
E a libido, das certezas, faz imprecisão
O melhor é aproveitar o doce momento
Já sem culpa, nem necessidade de perdão
Assim sem ética e pecado, sugiro, deite
Sem ritual de no primeiro dia dizer não,
Permita-se, aumente o volume do teu deleite
Ouça o peito, desligue a danada televisão.
Poema de Dupoeta
Mundo além...
Essência em mutação...
e colorindo os meus sonhos.
felicidade para minha existência,
sem indagação!
Alguns poemas infantis
O arco-íris
é o arco da terra
que começa na cachoeira
e termina na serra.
O arco-íris
não é arco de flecha.
Ele se abre
feito leque de gueixa,
feito cauda de pavão.
O arco-íris
é a partitura da canção
da paz
num tobogã de notas musicais.
Chá com Bolacha
Abro a lancheira
no recreio
cheia de lanche
no recheio.
Cheiro de chá
com bola-
chá com bolacha
no meio.
O Sapo
O sapo pula na poça.
A poça, lupa do sapo.
O sapo
não poupa
um passo
na sopa.
Sem Pé Nem Cabeça
A pé
até
agora e depois
o carro na frente dos bois
café
com leite pão
com manteiga feijão
com arroz
pé um pé dois
pé um pé dois
na planta do pé
o pé da planta
fingido é
o que se espanta
pé ante pé
de antemão
de pé
no chão
nas nuvens não
nana nina né
nana nina não
V i o l i n o
a cria
que guia
e grila
o grilo
que cricrila
aquilo
que guia
a cria
Autor: Andri Carvão
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Canto negro
ao lado o cafezal
a poeira levantava do chão
era feliz enquanto a dança durava...
o sol escorria no rosto, no corpo
quando o luar batia como noite
na pele negra
botava fogo no coração da gente...
Poema de Vânia Lopez
Natureza
Com boca, língua e lábios tantalescos.
Chupa
Teu picolé fresco,
E baba e ama e sua
Minha genitalha
Sob o sol tórrido,
Sob um céu hórrido
De recalcada vindita,
Na praia do mar
Que conspira em silêncio,
Embora marulhoso,
Confrontando-se com a pedra
Em rancorosa desdita.
Num carro que a areia
Planeja engolir
Semovente, sorrateira
Tanto o herói quanto a sereia –
Orla que devora tudo,
O pulso, o músculo,
Auroras e crepúsculos
Litoral irascível,
Sequioso,
Como tu,
Ó boca, bacante
Abocanhando-me,
Despindo-nos de tudo
De qualquer linho ou veludo,
Todo o tecido
Esgarçado, franzido
No jeans da tua levi’s
Nesta hora indefenível,
Enquanto, além,
A floresta fumegante,
Brasil, braseiro,
Ampla terra de ninguém,
Arde
Na pélvis
Das meninas durante
As tardes e noites,
Noite adentro
Em boites,
Prostíbulos,
Turíbulo
Com que incensamos o dia
E a atmosfera
Que nos desce e se espalha
Das carvoarias,
Grossa, fornalha,
Feito hera
Sobre nossas casas
E as gaiolas dos gaturamos
Enquanto gozamos...
Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.
Como escrever versos
Tempestade de areia
Tempestade interior
Moinho
Moendo água
Redemoinho
Remoendo a alma
Pingo de gelo
Estalactite
Estalagmite
Dinamite
Cratera na gruta
Chuva de diamantes
Poema de Andri Carvão
SAMBA EM BERLIM (Arnoldo Pimentel e Anderson Oliveira)
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Ópera
Palco requintado, caprichoso;
Canta uma desgraça, canto lírico.
Baixo masculino, o pesaroso
Sola comovido o sopro lívido;
Frente a toda a gente, um poderoso
E ávido tenor se opõe ao assovio
Alto da soprano em perigoso
Salto de uma escala, passarinho.
Mezzos e contraltos estão em coro
Próximo ao cenário, meio escondido;
Quadro de um seleto som charmoso.
A arte colossal e o seu cinismo
Sóbrio ao se curvar, fraque obsequioso
Ao último suspiro fugidio.
Mestre em contratempo lento ou mosso;
Some a dominante insensível.
Poema de Yayá
terça-feira, 12 de abril de 2011
Febre
aconselha-me ao voto de cair
sopra-me asas de um outro sempre-destino
ou anseio por um posto desigual..
livra-me de convulsões deste fim
ora,
- propague!!
caiba-te sob os meus pés, o rosto re-gelado
e
me
desfaça ao olho nú..
da tarde reticente
de poréns, em. tempo quase ausente
em imagem rectida por ensaio
à liberdade, acima, ou espaço
inexiste
tempo-desertor
inexiste
tempo-tempo-tempo.. e torpor
não me fere..
deita-me fogo..
define meus aspectos de ti, previstos
da caçada por teus lados e riscos
dá-me prata por caso de compras
aponta-me algures por comparar-te
vale-me à cura destes dias
por um veto
por afronta da tua parte
e.
guia-me, fim..
parte penitente
advém por mim, sendo carta, perene
da paragem explícita por onde caio
à verdade, ou vida, ou um teu rastro..
insiste
alento-precursor
insiste
sendo-sendo-sendo, teu.. o tempo que (me)for..
excede-me..
deita-me fogo..
e.
me livra..
da plena-parte que te quer.
http://www.youtube.com/watch?v=kuIyiqOGXB8
Poema de Azke
chão de lantejoulas
as que guardei
as horas foram sumindo
nas asas de uma música lenta
sentados no silencio de nós
uma caipirinha estendida no copo
a alma ansiando por um jardim
que comporta se teu perfume
o salto doía
tropeçando no teu nome
espalhei os lábios
na mesma palavra
queria usar o deslumbramento
dos seus quadris pintados
em confissões de corredor
queria te guardar
como sorriso no retrovisor
como vermelho no meio de tudo
queria me cobrir com sua pele
(te deixando sem corpo)
foi maior que o salão
foi mais que um cigarro
molhei as pedras lisas
com água florida
para rever as borboletas
que inconscientemente descansam
entre seu peito e cintura
entre o perdido e o que virá
(descansar as mulheres em mim assoviando)
Poema de Vânia Lopez
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Iniquidade
sobrepõem-se à angústia
torniqueteiam aflições
retardam o tremor das pernas
bocas escancaradas
encobrem saudades
fracionam turnos de solidão
selam bolsas lacrimais
a gargalhada ainda ecoa no pátio
onde em fila indiana
os doze apóstolos pequeninos
aguardam ansiosos o retorno ao céu.
Poema de Betusko
Foi assim...
Onde foi que me perdi?
domingo, 10 de abril de 2011
TRILOGIA DO ORGASMO (Arnoldo Pimentel)
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Laterninha 2 ( A Missão )
Da sala escura
O sonho expande
Sua triste figura
O último dos moicanos
Os safados
Pixote a lei do mais fraco
De olhos bem fechados
Bonnie e Clyde
Top gun
Butch cassidy
Forest gump
A lagoa azul
Assassinato em gosford park
Veludo azul
Jurassic park
Amores brutos
Beleza americana
Sociedade dos poetas mortos
A outra história americana
O resgate do soldado Ryan
Gladiador
Bom dia Vietnã
Meu primeiro amor
Diários de motocicleta
A maçã
Ladrões de bicicleta
O doce amanhã
Tropa de elite
Trama macabra
Billy Elliot
Os caça fantasmas
A viagem de chihiro
As bicicletas de belleville
Sete homens e um destino
Horror em amityville
Quatro casamentos e um funeral
Os gritos do silêncio
E o vento levou
Óleo de Lorenzo
Procurando Nemo
O pagador de promessas
Jardim secreto
O massacre da serra elétrica
O garoto
Nosferatu
Sonhos
O náufrago
O balão branco
Abril despedaçado
Os doze macacos
As aventuras do capitão tornado
A mosca
A eternidade e um dia
A morte pede carona
Aracnofobia
O exorcista
O clã das adagas voadoras
Short cuts cenas da vida
O homem que matou o facínora
Toy story
Henry & June
Star wars
Nascido em 4 de julho
Madmax
Gêmeos mórbida semelhança
Crash
Eterno brilho de uma mente sem lembranças
A roda da fortuna
Barfly
O reverso da fortuna
Madame butterfly
Quando as metralhadoras cospem
Tempo de violência
O jovem frankeinstein
Época da inocência
Drácula
Piratas do caribe
Calígula
A honra do poderoso prizzi
Control
Papillon
O império do sol
As pontes de Madison
O sexto sentido
Deixa ela entrar
O império dos sentidos
Vestida para matar
O tigre e o dragão
O profissional
Arquitetura da destruição
Atração fatal
Blade runner
Monstros S.A.
A lista de Schindler
E la nave va
Matrix
O passageiro do futuro
O grande lebowski
De volta para o futuro
Chuva negra
Central do Brasil
Água negra
Dogville
A bruxa de Blair
Cemitério maldito
Hair
Entrevista com o vampiro
Dança com lobos
Ligações perigosas
Sobre meninos e lobos
Noivo neurótico noiva nervosa
O último tango em Paris
A mão que balança o berço
O senhor dos anéis
Mulheres a beira de um ataque de nervos
O piano
O corvo
O labirinto do fauno
Estorvo
Lolita
Pacto sinistro
Colheita maldita
Cinema paradiso
As letrinhas ascendem
As luzes acendem
Lá fora na fossa
Caminho da roça
Poema de Andri Carvão
quinta-feira, 7 de abril de 2011
A Chacina de 7 de abril de 2011.
revoada
a primavera desenhada em minha saia
se iluminava
saia correndo pelo quintal
causando revoada nas galinhas
encostava o dedo no arco íris
puxava uma linha
fazia um rabo de cavalo no sol
tudo podia, tudo podia
eu rodopiava
rodeava a barra da saia
com as mãos em concha
ficava caçando os sorrisos
que iam caindo...
rezava um a um
Poema de Vânia Lopez
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Maestria...
Me peguei imaginando um dia sem os meus. Meus olhos inundaram-se de lágrimas. Imaginem aqueles que perderam todos, sem exceção?
Outra coisa que flagrei-me a refletir foram os milagres da sobrevivência, mesmo com tantas tragédias. Vidas foram salvas de tal forma que aos olhos humanos, aos olhos dos normais, era impossível, era delírio. Mas aconteceu. Milagre? Creio que sim, milagre! Quantos nessa vida de meu Deus já tomaram tombos bestas e morreram?
Quantos foram atravessar a rua e morreram? Já pessoas em situações extremas, como a do Japão, passaram a perna na morte e sobreviveram.
Se isso não for milagre divino, não sei bem o que é, não sei qual o mistério. Parece que o Pai maior diz assim: "Ei, você não vai agora não, meu caro, sua missão ainda não terminou, ainda tem muitas lutas regadas de vitórias pela frente". Não adianta, é assim que vejo pessoas que eram para estar a sete palmos daqui e estão ali... Reconstituindo suas vidas, refazendo-se, fortalecendo-se e vencendo.
Diante de tudo que vimos pela televisão, diante de tantas tragédias e destruição, você pode ter a certeza: a força de vontade, a humanidade, a união e a educação que aquele povo domina prevalecerão. E são com essas pequenas grandes armas do "saber viver" que os japoneses sofridos, mas jamais vencidos, levantarão tijolo por tijolo, com audácia e maestria, seu mundo. Esse é o dom que paira no Japão, a maestria
Morte primeira de um outro querido
se mover a morte
como um boi pequeno transita
pelas vísceras da cobra
depois de engolido em boca grande:
a morte já se mexia.
intuída num choro sem razão aparente
com o seu suspensório entre o nosso leve abraço :
descia
indigesta
ácida
até
o
fim
do gordo corpo.
eu que mato Deus todos os dias
não sei onde você está
mas sabe onde estou?
na Copacabana que você tanto gostava
mas aquela, avô, também já morreu
e parece que hoje vocês têm a mais fatal coisa em comum.
faltei sua última grande festa
seria um estrangeiro naquela terra preta
onde ninguém celebraria
ficando mais perto da comédia
a cada aperto da desgraça
conteria eu uma gargalhada?
olhariam lancinante
na dança entre túmulos e flores
o tango que você tanto gostava...
seu charuto, seu cachimbo, jazz, whisky e suspensório
seus caros gostos
quando já não podia pagar
foram os cifrões com as árvores queimadas
naquela Mato Grosso de terras suas grandes
do ceifado verde onde se esculpiam cadeiras, mesas e tronos
poderia eu receber maior herança
do que esses amigos-livros deixados ?
do que essa máquina de escrever que datilografa meus olhos todos os dias?
do que seu jazz letárgico condutor de leões?
seu livro de luz ainda não vista?
seu Zeca Malandro de Santa Teresa?
já sentia a solidão como estrela do quase manhã e deserto
agora é mais.
eu nascido de própria placenta
catarei a pá da morte quando bem quiser
e profundamente acredito
que a gente só morre quando quer
resta respeitar a sua decisão de partir
e só.
resta ler seus escritos e conhecer outras multidões suas desconhecidas
para matar saudade daquela turma que conheci.
resta o acaso da sua morte no sono
resta o seu ronco que era um navio chegando
e partindo de outro lugar você foi
sem maiores avisos doentes
como quem some de uma festa
pelo sexo e a moça encontrada
salva é minha dor pela nossa convivência de corpos distantes
porque o cotidiano é que ressente...
Anuncio: é chegada a horda leonina!
com força maior de destruir
tanto maior é o esquecimento
e com essas sementes-páginas que eram suas
já crescem como espinheiros grandes labirintos.
carrego agora a imaginação do teu corpo no meu.
darei a essa leve dor também felicidade
a menor máscara de todas
que é o nariz do palhaço
você morreu:
nasce Lupi.
Do seu coração parado e frio
surge um andar também de suspensórios
que me fará rir de mim mesmo
antes que os outros o faça.
Poema de Carlos Jubah
Clarice: a Lispector.
Irreverência nata, cuja mesma embasbacava e a alguns amedrontava. Ao responder perguntas em entrevistas, primeiro, o olhar verde banhado de breu, marcando fundo os olhos de quem a entrevistava. Pausa... E resposta. Fala intrépida, cortante, sem ponto final. Dona de si, regada de carência transparecida em seu ar de rainha e urgência.
A impressão que atormenta-me é que Clarice tinha uma fera feroz ferida dentro de sua vida, e de muitas vidas que a mesma criou. Sempre com resposta na ponta da língua. Pobre de mim tentar definir o inefável. É como nadar num mar estrangeiro de mais pura beleza, e o máximo que eu consegui dizer foram detalhes óbvios, sentimentos fortes, porém externos.
O que seria da literatura brasileira e do mundo sem Clarice? Menos ricos. Clarice compõe com grandeza junto com outros tesouros da terra Brasil. A pluralidade cultural e a liberdade de expressão através da escrita, sendo uma personalidade marcante no meio. Tenho certeza que seu filho ou sua filha de doze anos já ouviram falar de Clarice Lispector. Uma mulher que em forma de um vulcão em erupção entrou em cena... E quando se foi deixou o grito de sua voz ecoando como música que nunca fica careta.
Ao ler Clarice é preciso ter fôlego, pois é um suspirar atrás do outro. Dizem: "meu Deus, que mulher é essa..." Quantas marcas, quantas farpas, quantas palavras que muitas das vezes nos identificamos, aguçando nossas mentes, inquietando nossos sentidos mais reprimidos, aflorando em nós uma vontade louca de desatar nós, sendo tomados por um enigma que impregna. Ser for minha sina ler Clarice, quero seguir assim, sendo arrebatada por puro êxtase.
http://minhaalmaepoesia.blogspot.com/
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terça-feira, 5 de abril de 2011
Lanterninha
Poltergeist
Assassinos por natureza
Koyaanisqatsi
Cortina de fumaça
O céu que nos protege
Cova rasa
A canção de Bernadete
Shine
Um mente brilhante
Pequena miss sunshine
Família rodante
Morango e chocolate
Insônia
Como água para chocolate
A excêntrica família de Antonia
O auto da compadecida
Fantasia
Trem da vida
Festa de família
Psicose
Nascido para matar
Z
Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar
Gata em teto de zinco quente
O incrível exército de brancaleone
Parente é serpente
Indiana Jones
Um drink no inferno
Clube da luta
Tempos modernos
Irmão sol irmã lua
O anjo azul
Nell
A liberdade é azul
Cães de aluguel
Ran
Um sonho de liberdade
A vida de Brian
Luzes da cidade
Os pássaros
Tess
A rosa púrpura do Cairo
O falcão maltês
O livro de cabeceira
9 semanas e ½ de amor
Ensaio sobre a cegueira
Rebobine por favor
Fanny e Alexander
O enigma de kaspar hauser
Perfume de mulher
Taxi driver
Golpe de mestre
Adeus minha concubina
Morangos silvestres
Paisagem na neblina
Edward mãos de tesoura
Carrie a estranha
Mulher solteira procura
O beijo da mulher aranha
Delicatessen
O selvagem da motocicleta
Seven
O carteiro e o poeta
Gilbert grape
Anticristo
Sexo mentiras e videotape
A última tentação de cristo
O touro indomável
O ódio
O gênio indomável
Rastros de ódio
Um estranho no ninho
Tubarão
Marcelino pão e vinho
O poderoso chefão
Chinatown
Inteligência artificial
Apocalypse now
O pagamento final
O bebê de Rosemary
Alien o oitavo passageiro
Jê vous salue Marie
Os bons companheiros
O sol da meia-noite
O colecionador
Os embalos de sábado à noite
O último imperador
Cassino
Os intocáveis
Sem destino
Os imperdoáveis
Linha de passe
Cabo do medo
Scarface
Meu pé esquerdo
Não amarás
Em nome do pai
Não matarás
Um corpo que cai
Fargo
Platoon
Doutor jivago
2001
Laranja mecânica
Coração valente
Coração satânico
O silêncio dos inocentes
A primeira noite de um homem
Os suspeitos
Os últimos passos de um homem
Tomates verdes fritos
Paris Texas
Kids
Despedida em Las Vegas
Trainspotting sem limites
Vestígios do dia
O iluminado
Profecia
Curtindo a vida adoidado
TVSBT
Ditadura do plimplim
VHS DVD
A história sem fim
TV a cabo
TV a gato
DVD pirata blue Ray
Coca
Pipoca
Cinema em casa é de lei
Poema de Andri Carvão
Profissão poeta...
Abril 04, 2011
