Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 17 de julho de 2012

carochas, bicicletas & biplanos - 28

Vamos a livros. Leio o que quero. Livros maus de propósito e bons também. É preciso ler um mau livro para se dar mais valor a um livro bom. Assim como um poema. Gosto de ler maus poemas. Depois leio os meus poetas e fico extasiado.

Não gosto de livros com grandes capas a ilustração a ouro e capa rija de pele para durar século e meio. A não ser a Bíblia. Nem Camões. O meu exemplar de Lusíadas, funcional e que está comigo no trabalho é uma edição de bolso que me custou 1 euro. Gosto de livros em edição paperback, baratos, que se podem comprar nos aeroportos e nas bombas de gasolina. Livros que se podem pôr a chávena de café em cima, enquanto se conversa e se faz outra coisa. Livros que não se lamenta que caiam ao chão ou se encham de areia. Mas não gosto de livros com folhas dobradas nem manchados de gordura. Isso não. Gosto de usar um livro, estimá-lo e sempre mantê-lo em condições que o possa emprestar. Detesto livros mal colados. Servem para se deitar fora e não se deita fora livros. Teoricamente. O livro caro porque a capa é boa é como as antigas aparelhagens monstruosas que serviam para ouvir música sofrível a todos os níveis. Gastar muito dinheiro num livro corrente não faz sentido. Seja a divina comédia ou um policial de agatha christie, por sinal gosto de ambos. Mas não sou contra as capas duras, nem os livros grandes. É só que eu gosto de ler na rua, no metropolitano, em viagem, no carro, no banho, na sanita, na cama, na mesa, em todas as refeições, na praia, na piscina, no futebol, no concerto, no bar, na discoteca (detesto discotecas mas houve sempre um período em que se frequentava para se ganhar uma dor de cabeça e ficar com os pés amassados das pisadelas), na igreja só em visita, pois não frequento igrejas religiosamente, no deserto, na montanha, em fuga, sentado e em pé, a correr e parado, acordado e a dormir (um exercício cansativo mas na fronteira entre acordado e desperto é possível). Claro que o livro de cartão e papel vai sendo reduzido até acabar em tablets e outras formas de livro, virtual e como objecto mas sem papel, pois as árvores não aguentam mais e eu gosto de árvores mais do que livros ou equiparável. Não sei como vai ser amanhã mas hoje contento-me em ser barato no meu gosto por livros.

Jul. 12

Autor: Carlos Teixeira Luís


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