Li, não acabei, não sei se vou acabar e não gostei. Refiro-me ao livro: O Último
Segredo do jornalista José Rodrigues dos Santos. Segredos que não são segredos,
simplesmente não são oficiais no cristianismo católico, explorados numa intriga
infantil com personagens - caricaturas mal desenhadas. E por amor de Deus, as
vezes que o autor repete a expressão: “promontório”, numa página chegou a três -
sempre que a intriga se passa numa cidade diferente e com o raio da elevação, lá
vem a expressão. Outra expressão é: “traça”, não o insecto mas o perfil dos
edifícios que identifica a corrente de arquitectura utilizada. Isso são
pormenores, apenas uns breves exemplos mas há muito mais e contribuem para não
se levar a sério o livro e mais, acaba por ser um livro chato e com nada de
novo. Jesus foi judeu? Ora qualquer religião protestante ou testemunhas de jeová
pregam isso há décadas. Assim como a “santíssima” trindade não ter base na
Bíblia ou no cristianismo primitivo assim como outros aspectos. Falta um enredo
que use estes aspectos de investigação, aliás toda ela documentada, o autor ou
não fosse jornalista, apresenta as referências donde tirou as suas teorias. E
esta é a única qualidade do livro – a investigação. Devia-se ter ficado por aí.
Mas não, temos uma peça ingénua de acção e suspense ao virar da página de cariz
juvenil e naif. É isto que o faz ser muito lido? Então as pessoas gostam, nada
em contrário mas eu não gostei. E ainda não cheguei ao fim porque não quero
chegar ao fim. Livro posto de parte. Devolvido ao dono que me emprestou.
Tragam-me Raymond Chandler (um clássico de referência, melhor não há, opinião
pessoal), Stieg Larsson (li os 3 livros da saga Millenium em 2 curtos meses num
frenesim que não conhecia há anos, agarra literalmente a nossa atenção, tem esse
mérito e tendo em conta que a saga são 3 livros num total de 2000 páginas) ou
Crichton (investigação misturada com ficção, mundos desconhecidos (quer a moda
dos dinossauros, de que não sou grande apreciador ou outros exemplos de intriga
internacional sempre com um suspense viciante, vão lá experimentar) tudo menos
isto. Claro que há muitos outros autores de referência, centenas e este
escritor-jornalista tem outros livros bem conseguidos e bem trabalhados. Mas
este enfadou-me. Bem, gostos são gostos. Um abraço.
Jul.
12
Autor: Carlos Teixeira Luís
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