Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Vagina dentada


Vagina dentada,
Escancarada
A qualquer fluxo,
Caudal anônimo
De caras e de pênis,
Exibição e charme,
Feito artigo de vitrines,
Mas no fim: solidão,
Camada de carne,
De lábio e asfalto,
Elevando tapume alto
E muros feitos
De cimento e de murros.

A que horas deitar?
A que horas amar?
Mas sempre trabalhar,
Devorados, seta ferina
Na carne encilhada,
Inflamada ferida –
Grito, dorida anti-voz,
Abafada, contra o rito,
Pelo mito,
Pênis mordido
Por dentada vagina.

Boca sifilítica
A excretar purulenta
Pruridos, gonorréias,
Pequenas mortes
Paralíticas,
Virulentas panacéias
Contra o membro
Rígido, ereto
Em busca de afeto
Num paraíso perdido -
Teatro obsceno
De deleite e venenos.

Amor ou tesão?
Apenas fluxo!
Chafariz de repuxos
De pressa e de ódio.
Pergunta-se: - “O que fiz?”
Mas estica sempre a cerviz
Sob a camada dura
De raiva e de murros –
Ferida aberta,
Sem atadura –
Enquanto goza e mente
Semente amputada
Na vagina dentada.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados

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