Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Poema Desconcertado




Quisera Deus que eu escrevesse estas palavras para me expressar
Mas, na verdade, escrevo para me desabafar.
Como um fantasma obsessor
Tu ressurges do nada para me confundir
como uma dor que se finge de orgasmo só para me iludir.
Eu pisava em nuvens com o asfalto protegendo a minha cabeça
Quando aparecestes conduzindo meus olhos.
Tu eras tão exuberante quanto uma aquarela
e eu me via tão comum quanto uma telenovela
quando eu gostei do teu jeito de andar
do teu jeito de não me notar.
Eu era um peixe falastrão passeando por praias mudas.
Na ânsia de ter o que se quer
todo homem é meio Jesus e meio Judas.
Desse vinho queria eu beber até a última dose
e era em ti que eu refletia toda a minha neurose.
Questionando os vaidosos que arrogantemente somos
não sei se ainda guardas as marcas de meus dentes em teus ombros.
Nesse romance mal interpretado de personagens mal explorados
Tu permitias que eu me perdesse entre frases feitas,
pessoas mal resolvidas,
pensamentos bobos,
coisas mal ditas.
E eu só queria,
pelo menos uma vez na vida,
que os nossos corpos
fizessem parte dos vários pares de corpos que rolam na noite
Mesmo com toda dor que isso pudesse causar,
Mesmo com toda camisinha que disso pudesse cuidar.
Caindo na boca de toda essa gente.
Ao mesmo tempo igual
ao mesmo tempo tão diferente.
Pois teu jeito entrou na minha cabeça
como um espermatozóide enlouquecido
penetrando o óvulo umedecido
que fecundado gerou um abismo
onde eu insisto em afundar.
Caindo na boca de todo esse pessoal.
Ao mesmo tempo tão diferente
e ao mesmo tempo tão igual.
Na simples aventura de amar,
sinto que meu sentimento vale ouro.
Acredito que fomos feitos para nos encontrar,
mas não feitos um para o outro.
Um sentimento que pareça bastante verdadeiro
não quer dizer que seja totalmente sincero.
Um pensamento que se apresente muito mentiroso
não quer dizer que seja absolutamente hipócrita.
Hoje,
por não ter resistido ao fascínio,
grito a minha histeria,
me condenando ao ócio eterno
e entregando minha carne a pernilongos.
Na verdade, não te culpo por não ter me achado.
Sua grande crueldade foi não ter me amado.

Marcio Rufino
Todos os direitos reservados

Um comentário:

Jorge Medeiros disse...

As paixões são realmente cruéis; o bom é que elas não duram para sempre! Sua poesia é um escândalo. Deixe o povo falar, mas é daa tua poesia! Arrasou!