Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 21 de junho de 2012

carochas, bicicletas & biplanos - 17

Um gajo com óculos. Em 1935 morre Fernando Pessoa conhecido por usar chapéu preto e usar óculos. Além disso escreveu textos estranhos geniais e até poemas. Nesse ano nasce um ser que mais tarde se veio a chamar Woody Allen, cara de fuinha, faz filmes embora tenha começado como humorista. Bem nunca deixou de o ser. Em 1966 aparece como actor no filme What’s Up, Tiger Lily? Uma película ranhosa mas foi a primeira de muitas em que parece no seu papel de cabeludo e careca e um gajo com óculos. Nunca passou de um gajo com óculos, genial, cineasta e escritor de diálogos. Nesse mesmo ano, em 1966 nasço na maternidade alfredo da costa pelas 12 horas, dum dia 12 e berro logo um solo de free jazz demolidor, segundo constou quem lá esteve. Sim na maternidade que o governo aprovou fechar nos seus esforços de acabar com a memória colectiva não vá o povo servir-se dela para se lembrar de coisas que repetidamente lhe fizeram para seu prejuízo. E também para vender o edifício ou o terreno a preço de ouro, diamante e petróleo, por metro quadrado. Ah tinha nascido não é e hoje não passo dum gajo com óculos, que acabou de escrever isto provavelmente para meu prejuízo também. Sendo que escrevendo se regista o que outro poderá ler, quem sabe também um gajo com óculos, ministro, policia, padre ou vagabundo, sendo que este último não passará por um qualquer gajo com óculos provavelmente não os usará e míope passará por bêbedo. Sendo que este texto é uma forma louca, insensata mas divertida de me pôr no meio dum genial cineasta e do poeta português menos português e mais português por isso. Talvez o melhor escritor de toda a portugalidade e língua que Camões também usou. Tudo está lá. Ou quase tudo. E usava óculos.

Maio - Junho 12
 

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