Há uma noite alta dentro de mim. E dizem que as noites são portais mágicos que nos elevam a condição de encantados. Poderia hoje querer brincar com o tempo. Voltar a ser criança, ir mais além da história. Mas hoje, aqui ouvindo o vento que já vem lá fora, prenunciando que na sua passagem, sempre alguma coisa leva - me adianto sujando as veste, as mãos, lambuzando meu cabelo e a sola dos pés, deixarei que os poros se embriaguem com essa poesia solitária.
Farei desse tinteiro negro, uma caixa de pandora em que mergulharei a alma para que transborde palavras como big bang em tempo de criação.
Serei sim, a pena fagueira e insistente que marca o papel em branco, borrões do nosso amor, como se estivéssemos aqui, agora, maculando a alvura dos lençóis com nossas sagradas luxúrias.
E quando o vento transpassar as cortinas dessa janela entreaberta que é o nosso passado, fará tremular mais uma vez sobre a mesa em que adormeço as linhas - curvas e traços paralelos - memória que lhe peço, leve, leve sim, mas não ouse tentar apagar!
Autor: Lápis sem ponta
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/comment_new.php?com_itemid=224988&com_order=0&com_mode=nest#ixzz1yNOCeIKz
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Farei desse tinteiro negro, uma caixa de pandora em que mergulharei a alma para que transborde palavras como big bang em tempo de criação.
Serei sim, a pena fagueira e insistente que marca o papel em branco, borrões do nosso amor, como se estivéssemos aqui, agora, maculando a alvura dos lençóis com nossas sagradas luxúrias.
E quando o vento transpassar as cortinas dessa janela entreaberta que é o nosso passado, fará tremular mais uma vez sobre a mesa em que adormeço as linhas - curvas e traços paralelos - memória que lhe peço, leve, leve sim, mas não ouse tentar apagar!
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Um comentário:
Felipe, mais uma vez lisonjeia-me com a publicação dos meus traços, nesse teu mar de talento e poesia.
Agradeço imenso estimado poeta.
(Abraços)
Lápis
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