Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 31 de janeiro de 2009

Juntos


E juntos éramos uma geração,

uma revolução, uma interrogação.

E juntos éramos uma história,

uma trajetória, uma glória.

E juntos éramos uma aventura,

uma postura,

uma fratura exposta em pleno ocidente nacional.


E eu era apenas uma criança,

uma esperança de um futuro melhor.

Que ainda nem sabia que todo amanhã vira hoje,

para depois morrer como ontem

e renascer como anteontem.


Um curumim, que, coitado,

achava que só porque era começo,

nunca seria meio nem fim.


Um neném,

um alguém que nada sabia da vida,

porém, achava que alguma coisa da vida sabia além.


Quando eu olhava para o céu cor de anil,

você passou e nem me viu.

Pertubando toda minha calma.


Não sou Lázaro,

mas alguns vira-latas já lamberam minhas feridas d'alma.


Alma essa que me enxerga sem me ver,

que me saboreia sem sentir meu gosto,

que me masturba sem me tocar,

que me enlouquece lucidamente.


Eu, então, passei a te perseguir.

Há duas horas digo que vou embora

mas continuo aqui.


Às vezes acho

que você é uma pequena grandeza,

já que sei muito bem

que para o amor

não se põe mesa.

Mas de repente, eu caio do cavalo.

Chorar? Em que ombro?

Já que a sensação de estar caindo

é mil vezes pior que a dor do tombo?


Me xingo, me humilho,

me rasgo, me ajoelho,

me olho no espelho

ou leio um livro de Paulo Coelho?


Mas eu fico na minha.

Você fica na sua.

Uma inspiração me cobra

a criação que na verdade é sua.


Passeamos embaixo da terra,

em cima do céu,

dentro do mar.


Viajamos na frente do ônibus,

submerso ao navio,

rasante ao avião.

Tudo é um só coração.


Olho para trás não há ninguém,

nenhuma pessoa, nenhum espírito, nenhum perispírito,

nenhum sinistro coelho nos roendo a carne como legume.


E será que chegamos lá?

Será que vamos alcançar

algum rabo de cometa?

Alguma hélice de helicóptero?


Alguma asa de beija-flor?

Algum canto do sabiá?

Só Deus o saberá!


E juntos éramos uma luta, uma abertura, uma cultura.

E juntos éramos uma dinastia, uma energia, pura poesia.

E juntos éramos uma ilusão, uma consagração,

verdadeira fusão da realidade com a paixão

no Brasil da minha imaginação.


(Marcio Rufino)


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