Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 27 de fevereiro de 2010

PENÉLOPE



PENÉLOPE

Minha fidelidade abrandará os temores do meu coração
Os anos passados entre mares de águas desconhecidas
Serão lembranças espalhadas pelos moinhos da planície
Que fecundou a esperança nas minhas madrugadas áridas

Meu passado é passageiro na chuva miúda da ilusão
Prisioneira dos pássaros negros que me afundará no anoitecer
Em que tentarei escalar o amanhã que não existe
Nas cantigas de outono do caderno que esconde o beijo roubado na minha vastidão

Meu remorso é não ter partido para a floresta de diamantes
Quando o navio dos sonhos estava com as portas abertas
Então encontraria o impossível nas montanhas verdes
Que se apresentam como futuro cada dia mais distante

Seus olhos entristecidos refletem a imensidão do seu universo
Que só será habitado pela pureza de um amor eterno
E carente dos carinhos guardados no inverno de desesperança
Espero que o canto das sereias não a leve de encontro aos penhascos do desencanto

Sou prisioneiro dos dias que passarei no castelo de areia
Enquanto esperarei que regresse do inverno
Para sentir toda a devoção que tenho
Para alegrar os olhos tristes que o vento irá colorir

Autor: Arnoldo Pimentel