Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 23 de agosto de 2011

A ti, Maiakóvski

Não há rimas portuguesas para teu nome.
Teu nome que ecoa de tuas vértebras,
e é amarelo como tua camisa.

Componho-te entre os dias que te leio,
no veludo da minha pequenice,
no meu crânio erguido ao povo russo.

O teu amarelo não é antepassado
e tua fala cotidiana inexprimível
é a que melhor traduz o meu século.

Tomo como meu o teu futurismo terrível,
celebrante de Lênin, Iessiênin e de Lila,
tendo a forma poética de uma pólvora.

A tua rima hiperbólica e desmensurada,
par do teu coro retumbante e claro,
aplaudiu o retro levante do teu povo.

No futuro que tu poemaste outrora
ficou o meu passado reminiscente,
de quem te vestiu, te tocou, te ouviu.

Foste um russo adventício, uno e veemente,
cuja leitura não me basta - não me é suficiente! -,
lê-lo tão só por lê-lo e só lê-lo.

Leio-te trajando uma camisa amarela,
tocando Tchaikovsky numa flauta vértebra,
costurando com veludo a tudo e a todos.

Poema de Isaac Bugarim