Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Caravelas azuis céu adentro
Um movimento causa efeito no brilho desta dúvida circular
Não tenho esperança de me encontrar nas perguntas que guardo
E guardo-as religiosamente como segredos esquecidos no tempo.
Desacreditei teorias sobre a dor sem ter sofrido.
Vou em procissão levar toalhas quentes à angústia que me consome
E pelo caminho, idealizar a morte por baixo da terra
Por não acompanhar a gravidez das estrelas todos os dias
Nem assistir ao seu parto anunciado com ardor fora dos olhos.
Esqueci-me de acreditar
Caravelas azuis céu adentro por dois mil anos
Tenho esperado o meu nascer para começar.
…
Na origem a indiferença onde me guardo sem ambições
Cai o lorpa na arcada por um abraço que ninguém me deu
Cresci e morei sempre à porta sem entrar
Com medo de pisar o mesmo chão, conhecer o padrão e ficar
Esqueçam-me todos, todos os dias em que não voltei
Esqueçam-me os lamentos e as ilusões que emprestei ao mundo
E afastem-me de vez quando chegar a falar de amor.
…
Esqueci-me de acreditar
Caravelas azuis céu adentro por dois mil anos
Elevam-se adagas e escudos pela morte de um imperador.
Desenhei um rio com margens e com corrente
Porque só quero uma vista para o Nilo, na tarde da minha derrota.
Poema de Nuno Marques
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,a sombra do castanheiro dança ao vento
,como o céu pela noite é monótono, negro sem os riscos de estrelas-cadentes,
rápidas, sem avisos, silenciosas,
esvoaça o perfume do jasmim noturno que penetra, invade.
Escapa-se-me a fuligem do crayon por entre os dedos,
impressões digitais que ficam no papel,
sem letras, ou exclamações, ou perguntas,
,retiram-se alguns momentos, algures
partilhados, a sombra do castanheiro dança ao vento,
nas raízes nascem cogumelos descoloridos,
(II)
,relegam-se fogos que consomem vénus pela manhã,
desejos, ânsias,
e os sons transformam-se, acicatam cavalos imaginados,
loucos, sem destino, sem crinas,
finda
a noite.
Poema de Francisco Duarte
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