Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 12 de abril de 2011

Febre

deita-me fogo..

aconselha-me ao voto de cair
sopra-me asas de um outro sempre-destino
ou anseio por um posto desigual..
livra-me de convulsões deste fim
ora,
- propague!!
caiba-te sob os meus pés, o rosto re-gelado
e
me
desfaça ao olho nú..


da tarde reticente
de poréns, em. tempo quase ausente
em imagem rectida por ensaio
à liberdade, acima, ou espaço

inexiste
tempo-desertor
inexiste
tempo-tempo-tempo.. e torpor

não me fere..




deita-me fogo..

define meus aspectos de ti, previstos
da caçada por teus lados e riscos
dá-me prata por caso de compras
aponta-me algures por comparar-te
vale-me à cura destes dias
por um veto
por afronta da tua parte
e.
guia-me, fim..



parte penitente
advém por mim, sendo carta, perene
da paragem explícita por onde caio
à verdade, ou vida, ou um teu rastro..

insiste
alento-precursor
insiste
sendo-sendo-sendo, teu.. o tempo que (me)for..

excede-me..




deita-me fogo..
e.
me livra..
da plena-parte que te quer.




http://www.youtube.com/watch?v=kuIyiqOGXB8

Poema de Azke

chão de lantejoulas

te arranhei com as palavras
as que guardei
as horas foram sumindo
nas asas de uma música lenta

sentados no silencio de nós
uma caipirinha estendida no copo
a alma ansiando por um jardim
que comporta se teu perfume
o salto doía
tropeçando no teu nome

espalhei os lábios
na mesma palavra
queria usar o deslumbramento
dos seus quadris pintados
em confissões de corredor

queria te guardar
como sorriso no retrovisor
como vermelho no meio de tudo
queria me cobrir com sua pele
(te deixando sem corpo)

foi maior que o salão
foi mais que um cigarro
molhei as pedras lisas
com água florida
para rever as borboletas
que inconscientemente descansam
entre seu peito e cintura
entre o perdido e o que virá

(descansar as mulheres em mim assoviando)

Poema de Vânia Lopez