Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 7 de março de 2010

Ladrão



Um ladrão com arma
De grosso calibre,
À noite e sorrateiro,
Invadiu-me a casa.
Vasculhou-a toda,
Armários e gavetas
Tão impetuoso,
Hábil invasor,
Que até do cofre,
Atrás de um dos quadros,
Revelei-lhe o segredo.
E ereto ante a mim,
Pôs-me então na boca
A arma que tinha
Na mão empunhada.
E assim dominada,
Sem palavra alguma,
Deixei que invadisse
Outros interiores.
No fim, foi embora,
Largando-me ali
Estática e nua
Toda revirada,
Indenunciável,
E aguardando calada
Que então retornasse,
Acompanhado de outros,
Para novos delitos,
Cativa que sou
Agora de toda
A sua quadrilha,
Aprendizado do crime
Para também integrá-la
E do alheio roubar
Gozosos delíquios.

Felipe Mendonça -

Todos os direitos reservados.