Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 13 de abril de 2012

[que reste apenaso bater de asas dos pássaros que regressam]

Do que já não te ouço pela noite infinda,
reavivam-se as cores que relembro do caleidoscópio,
enquanto anjos e arcanjos disputam o bater de asas
com os pássaros que regressaram pela primavera;

“- Um dia encontrarás o teu paraiso!”,
por entre os caminhos de pedra banhados pelo sol
que ataganta a pele,
por entre os trópicos onde o sal do mar
encarquilha o corpo,
[escrevi algures],
como se algum inferno viajasse pelas tatuagens
esculpidas na pele;
“- Sombras que ficaram!” dirias.

Sim, porque só o aroma a canela que se cheirava vindo de longe
não nos chegava, queriamos os cheiros das tulipas, do rosmaninho,
tocar a linha que o horizonte tapava com nevoeiros cerrados,
assim eram os equilibrios dos bojadores longinquos de ti ou de mim,
queriamos, oh... desejávamos.

Sinto a tua falta, sinto a falta
dos bojadores que tracejavam o luar refletido
como se tudo fosse acontecer, pudesse acontecer
um dia ou uma noite,

sinto falta do que já não te ouço pela noite infinda.


[Que implodam os paraísos, os infernos, os trópicos inventados pelas primaveras em repetidos equinócios,
canso-me, que implodam os anjos e os arcanjos também,
que reste apenas o bater de asas dos pássaros que regressam].


Sabes, não me choro,
a chuva não dá tréguas às cataratas deste mar


Autor: Transversal

(morra como se fosse a lua)

seja gentil
se afaste dos meus olhos

compre o ar
numa tigela cheia de montanhas

deixe as palavras morrendo
nas páginas de velhas revistas

ponha o rio confuso no olhar dos peixes
que nadam em minhas veias
dê sua alma em troca
das loucuras de última hora

{brote em cada galho de silêncio}


coloque Roma em chamas
entre sussurros, champanhe
e estrelas

deixe à vontade esticar a mão
e traga-o de volta
como se a lua brincasse
dentro dos sonhos.

sem cansaço e zelo
voe sobre meu corpo
como se fosse a noite
uma eternidade
no horizonte.


Poema de Vânia Lopez