Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Pó de Poesia no Jardim Poético


               






                                                               Gisele Andrade


                                                           Elaine de Freitas




                                                           Manoel Herculano



                                                               Euclides Amaral



                                                               Dóris Barros



                                                              Jorge Medeiros


                                                            Marcio Rufino


                                                              Ivone Landim


                                                            Renan Wrangler





O Jardim Poético é um sarau realizado no Nalla's bar na bairro Jardim América, um sábado por mês. É apresentado pelo poeta e agitador cultural Renan Wrangler. O coletivo Pó de Poesia teve a honra de prestigiar  o evento acompanhado de importantes poetas independentes do atual cenário cultural carioca como Euclides Amaral, Elaine Freitas, Manoel Herculano e Gisele Andrade.

sábado, 7 de setembro de 2013

Deusorixás



De repente
Surgem no território
Da minha mente
Os deusorixás
Que são fruto do amor
Dos deuses gregos
Com os ancestrais iorubás

Mítico cenário
Afro-arcaico
Que em seus ritos
Oferecem-se
Plantas, bichos
E até os próprios filhos

Entre guerras e sedições
Domínios e libações
Entre o irracional e o lógico
Entre o real e o mitológico
Há a necessidade
De se deflorar
A origem de todas as coisas
De definir o princípio
De tudo que se vê

A dificuldade de
Se reconhecer
No que não se entende
O desejo de intuir
O que não se pressente

Brasil,
Casa euro-africana
Acolhendo aristocratas,
escravos e estrangeiros
Em suas entranhas

Sangrando
A complexa narrativa
Fecundando
A herança corrosiva
Da mistura

Mitos mulatos
pululam de céus, ilhas e campos
De templos e terreiros
Abençoam e espraguejam
Nas cidades, favelas

E nas bocas dos formigueiros
No limite
Entre a ferida e o pus
Vingando a morte
De oráculos e vudus

Fazendo amor
Com deuses
E mortais
Com pessoas de carne e osso
E seres irreais
Cercados por
Pomba-giras e sátiros
Ninfas e arcanjos malandros
Que brindam
Com o vinho de Dionísio
E o sangue de Oxalá-Cristo
O limite
Entre o santo e o profano

E de repente
Surgem no território
Da minha mente
Os deusorixás
Que são fruto do amor
Dos deuses gregos
Com os ancestrais iorubás

Marcio Rufino

Sarau Donana de agosto

       
 O poeta Victor Loureiro (de cabelo grisalho) sentado assistindo uma das apresentações



                                                        A poeta Ivone Landim


                                                   Camila Senna, poeta também homenageada


                                         O poeta também homenageado Anderson Leite Lima



                                                        Ramide Beneret




                                       O trio Johnny Pelucci, Rose e Davidson dando a sua canja



                                                       O poeta Henrique Souza


                                        A Associação Cultural Capoeira Palmares



                                                            Marcio Rufino

                                                         O cantor e músico Daniel Guerra



                                                                   Dida Nascimento



                                                           Maria Luiza Rodrigues


                                             Ricardo Marques e Dudu de Morro Agudo


O Sarau Donana- apresentado pelo coletivo Pó de Poesia no Centro Cultural Donana todo último sábado-  do mês de agosto homenageou os poetas Victor Loureiro e os residentes Camila Senna e Anderson Leite Lima; Apresentou o curta Caixa D'Água, qui-lombo é esse? de Evelaine Moraes; Abordou o tema Cultura Popular, apresentando junto com Associação Cultural Capoeira Palmares as cantigas da Folia de Reis. A atração musical ficou por conta do trio Johnny Pelucci, Rose e Davidson e do cantor e músico Daniel Guerra que nos brindou, encerrando a noite com suas lindas canções de MPB.


Na rua

Oferto ao meu povo
A gota de sangue, de bile,
Qual um novo Aquiles,
O peito aberto, desnudo
A encarar, no tumulto,
A ira dos escudos.

Empunho cartazes,
Flores e bandeiras
Em meio a gases sufocantes,
Mas não recuo,
Sigo adiante
Por avenidas e ruas.

MPL e CMP,
FNDC e CTB,
Sem teto e sem terra,
Juventude socialista
E via campesina,
Marcha das mulheres
Brancas ou camponesas
Santas ou negras,
Esperança e baluarte
Para quem antes
Não tinha norte ou estandarte.

Corro de tiros e bombas,
Picho prédios e muros
E invisto com paus e pedras
Contra as novas bastilhas
A oprimir com a polícia
O coração que sonha
Sitiado por feras.

Alimento as chamas
E convoco para a briga
Pois o que me inflama
É a sede por justiça.

Sejam padres, putas ou bichas,
Nazis ou anarquistas,
Crentes ou comunistas
Seguem todos,
Juntos pela pista
Até que retrocedam
Os homens de capacete
Com armas e porretes,
  
Até que morram todos
Os opressores do povo,
Deputados e senadores,
Malditos saqueadores!

Tomo todas as vias
Com multidões em passeatas.
Resisto à cavalaria
Com fogo e barricadas
E à tropa de choque
Com coquetel molotov.

Verás que um filho teu
De nada foge
E que o povo unido,
Black bloc,
Tudo pode,

Porque a nossa luta
Não é por um quinhão,
Por míseros centavos,
Mas para extirpar
Conluios, vis condutas,
Corruptos ignavos
E o espírito escravo
Do seio da nação.

Poema de Felipe Mendonça -
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