Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sábado, 6 de março de 2010

Razaõ de ser

A poesia é meu grande rio interno e inteiro
Não causa-me transtorno
pois não discuto minha poesia-rio
Não avalio
Não submetu-a aos meus caprichos
Permaneço quieta ela transborda e flui
poeticamene brota na rede de minha razão de ser
É assim que me confesso


(Ivone Landim)

DOMINGO SEM CAFÉ OU BOLA DE FUTEBOL SEM REDES



DOMINGO SEM CAFÉ OU BOLA DE FUTEBOL SE REDES

Sei que tenho me perdido na prorrogação
Ou talvez meu domingo já não exista faz tempo
E não dei conta ainda que as luzes se apagaram
Quando eu estava dormindo longe do violão

Sei que não tenho olhado pela janela
As nuvens sendo levadas pelo vento da incerteza que norteia
Meus dias de domingo a sábado sem café na esquina
Sem palavras que poderiam indicar um caminho sem pranto

Acho que vou correr atrás da bola aos domingos pela manhã
Mesmo sabendo que não alcançarei as redes da vitória
Ou da esmola que venho buscando na banca de jornal
Que fica bem de frente da estrada que segue o rumo sem vida

Sempre vejo apenas os melhores momentos do jogo
Mas os gols que balançam as redes não são os mesmos gols
Que deveriam acontecer no dia a dia de quem se levanta
Para ir atrás do pão sem felicidade que alimenta nossas ilusões

Ou atrás da quentinha que é distribuída pelas almas sem almas
Que pensam apenas nos aplausos que vão receber quando mostrarem
As fotografias dos necessitados recebendo o prêmio que vai alimentar
Seu dia de descrença que passará sentado no paralelepípedo da vida

Bem sei que a noite vem me presentear com a mordaça da solidão
E ainda estarei sentindo o êxtase da fumaça do cigarro do cara do lado
Que ficou assistindo os melhores momentos como se fossem eternos
E se esqueceu que o pior está por vir com a velhice que por azar chegará

Autor: Arnoldo Pimentel