Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
quarta-feira, 18 de abril de 2012
[Ensina-me sobre os segredos do olhar de quem eu não esqueci]
enquanto tropeço,
afinal a terra parou,
o mar, destapa-se, esperguiça-se nesse algures,
esquece o horizonte
e fala-me dos silêncios,
dos silêncios.
E quantos mais mil anos de memórias terei de me relembrar para voltar nesse dia em preia-mar violenta?
Fala-me do amar, e navega-me até
onde a sede seca os cristais de sal
que o mar deixou esquecidos numa praia deserta,
navega-me até onde os pássaros
imitaram baleias nas migrações,
e voaram,
ou vogaram, tanto me faz.
Ensina-me e troca-me de novo o olhar,
mesmo que a terra se suspenda, se vire e revire,
ou adormeça,
que soprem ventos em remoinhos,
que se enfunem velas esburacadas,
enquanto empurro sem força algumas rochas que o mar esconde,
que me afundam,
que me obrigam a ficar,
que reste o branco das orquídeas que te ofereci um dia.
Ensina-me a regressar mesmo que a água encharque o barco,
e que as borboletas que morrem a voar
sejam enterrados no lado azul do céu.
Ensina-me a silenciar
todos os silêncios que me acordam todos os pesadelos.
Ensina-me sobre os segredos do olhar
de quem eu não esqueci.
Ensina-me.
Autor: Transversal
Amém
como girassóis pelo caminho
água contra a natureza
a primeira tragada da manhã
é pra você
toda palavra que voa
o pulso que treme
minha colheita de milho
tua alma canto baixinho
como pássaros na borda da veste
um punhado de beleza
que ronda o céu do seu peito
passo a vida com teu cheiro
para molhar meu bordado
de lembrar-te
num sentimento fino
do que quer ficar
enquanto você vai em tantos planos
na pausa da oração
... depois do amém
Poema de Vânia Lopez