Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
terça-feira, 31 de agosto de 2010
É preciso que se grite pelo amor
que ficou no esticar
e no dobrar dos lençóis.
É preciso pôr o amor
sobre a mesa
na xícara de café requentado.
É preciso procurar o amor
nos lixos da cozinha, no banheiro,
no quarto, no sal e no palheiro.
Exercitar o beijo
é preciso companheiro.
Trovoar o amor que adormece
as noites
no céu que relampejeia.
É preciso suspirar o amor
como se fosse a preciosa
vida dos filhos.
É sui generis ninar o amor
para que os sonhos não se acabem.
É preciso dar bom dia ao amor
antes de reparar no cabelo desfeito.
É preciso urgentemente surpreender
o amor
pois,
o marasmo e a maresia
trazem uma calma desnecessária ao amor.
Ivone Landim
Todos os direitos reservados.
Fanzine Entrelinhas de Ivone Landim é premiado no Forum Cultural da Baixada
Prêmio Baixada 2010 - Literatura: Prêmio Especial/ Literatura: Projeto Entre Linhas - Nova Iguaçu
Ivone Landim Professora de Literatura do João Luiz do Nascimento - FAETEC -NOVA IGUAÇU - Poeta. Criou o Projeto Entrelinhas em 1990. Esse Projeto é feito em parceria com os alunos que editam poemas próprios, de funcionários, poetas tradicionais, e poetas de outros grupos.
Com objetivo de criar novos públicos que divulgue o fazer poético e que convivem com a estética das palavras. A poesia tem ajudado na auto-estima e tem sido agregadora diminuindo assim a distância entre os alunos.
Transcrito do site Rede Cultura. ning
domingo, 29 de agosto de 2010
Rosa vermelha e seu licor...
Lágrimas escorrem pelas curvas do meu rosto.
Seguro na mão a rosa vermelha que um dia eu fui.
E luto, luto todos os dias para continuar sendo...
Mesmo não suportando o cotidiano, pois sou mulher de Áries!
Eu busco, eu tento, persisto e invento.
Pois sou o licor degustado com ardor.
Não todas, mas o suficiente para saber...
Que amar dói...
Mas também constrói.
Que amar alimenta...
Mas também pode matar.
Matar os sonhos...
Mas pode também ressuscitar, e dar um novo verso ao papel
Que um dia foi escrito com muito amor e mel.
Que não se cansa de lutar.
E de intensa que é, busca ser imensa do tamanho do mar.
Sem obscuros a rodear...
Liberta e livre como o rouxinol.
Andando por becos,
Pontes,
Marginais,
Temporais,
E com alegria, roseirais...
Querendo vitória sem ironia
Querendo poesia sem agonia..."
Com as areias das minhas ilhas...
Lutando sempre pelos meus anseios.
Podem não ser os mais indicados, mas são meus...
Então, não interrompam, muito obrigado!
Você é dos meus.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
A INIMIGA
A INIMIGA
Autora: Gabriela Boechat
Gabriela Boechat é artista plástica e faz parte dos grupos de poesia
Gambiarra Profana e Po-de-Poesia
Eu Arnoldo Pimentel tenho muito orgulho de ter divido a noite de autográfos
do meu livro "Ventos na Primavera" com a exposição "Nu da Minha Voz" da minha
amiga Gabriela Boechat no Centro Cultural Donana
Aprendi
Da maneira mais gentil
Que minha inimiga mora aqui
Em meu ouvido esquerdo.
É ela que fala do medo,
É ela que ri descontrolada
Quando a mão que afaga bate,
Quando a mão que bate afaga
No costume da madrugada
Na hora do seu sono...
Na hora do meu sono.
É ela que sai do nada vestida de guerra
Prega assim a lança em meu ombro
Me causa espanto
Tinha esquecido dessa gana de ir!
Mas pior é quando em remanso ela chora encolhida
É assim quando sem nada explicar, meu amado me manda ir...
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Mania de Mar
Na primeira vez que eu vi o mar
Eu não entendi nada
Tinha acabado de acabar a madrugada
E o azul que estava em cima
Era diferente do azul que estava embaixo
E a formosa linha sem cor estava ali no meio.
Hoje eu me amarro no mar
Minha mãe tem medo do mar
Meu pai não tá nem aí pro mar.
A mulata que entra
O moreno que sai
A sardinha que pula
A gaivota que cai
De boca
Na ostra.
Jogam merda no mar.
Meu Deus.
Por que fazem isso com meu mar?
Mergulho no mar que não muda
Deixo molhar em meu dorso sua espuma
Vejo o mais destemido surfista e sua prancha
Vejo a mais libidinosa mocinha e sua tanga.
Isso não é nada frente a imensidão do mar
Que é traiçoeiro
Que é cancioneiro
Que é poderoso
Que é misterioso.
Que tem maresia
Dentro de sua poesia
Que rola na areia
nos olhos da sereia
Cansada de chorar
Choro salgado de mar.
O mar tem mania de não sair de moda
Ele molha nas pedras suas histórias
De piratas e marinheiros
De caravelas e navios negreiros.
O mar invade meu nome
Se fundindo com o cio
Mar-Cio
Marcio
Essa coisa me melhora
A cada hora de minha molusca existência
Mesmo que isso não encha os olhos de ciência.
Não me canso de viajar
Quando danço com o barulho do mar
Lembro da bela deusa que nasceu do mar
Lembro de tudo que o mar dá
Me esqueço de tudo que o mar pode levar.
Que um dia o mar me leve
Para o fim de seu infinito
Através da carcaça de uma baleia
E eu ilustre habitante dessas ondas
Possa andar por entre as conchas
Contemplando o fascínio d'alem mar
E que meu coração romântico
Se lance no Oceano Atlântico
Onde ele nunca há de parar.
Marcio Rufino
Todos os direitos reservado
ADJETE & Relaxe
luz, paixão, vida,
leia-se política,
Deus, amor, avenida ou
outro qualquer substantivo.
Nem sempre a fala é completa
ou se anda torto em linha reta.
Onde se lê mago, bruxo, operário...
que mal pode haver noutro vocabulário.
sábado, 21 de agosto de 2010
Me deixando à prova...
Não me deixe assim, tão solta, tão doida...
LIBIDO
LIBIDO
Partiu de você
O desejo de fazer amor
Rasgar as costelas
Despedaçar a íntima flor
Partiu de você
O desejo de se entregar
De sentir a dor do prazer
Aprender a amar
Partiu de nós
O desejo proibido
Da libido
Do beijo entre lençóis escondido
Partiu de nós
A ânsia de fazer amor
Suados de tanto querer
Suados de prazer
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
FLIP 2010 – uma expressão
Praça da Flipinha.
Parte interna da casa dos autores.
Performance da “Termografia da multidão — Encontros e entornos”.
Igreja de Santa Rita.
Centro Histórico Paraty.
Representação escultural da obra "A bruxinha que era boa".
Vista da tenda dos autógrafos.
Tenda dos autores
FIM.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Sacudindo o teatro em mim...
domingo, 15 de agosto de 2010
TEMPO
TEMPO
Autora: Silviah Carvalho
O tempo já passou,
A esperança ele a levou.
O frio chega de repente,
Congela a alma da gente,
Que precisa de amor.
E já é noite aqui dentro,
Nada mais podem tirar de mim,
Minha fé é o bem que me resta!
Por ela cheguei até aqui.
Mas o que dizer,
Da vida que não vivi?
Nada mais podem tirar de mim,
Nada mais, pois o tempo já tirou,
Lembranças, sentimentos,
O que são diante do tempo?
O tempo
Que não devolve nada que perdemos!
E se ganharmos faz pensar que não tivemos.
Tempo
Que vence nossas guerras,
Tempo que vence a vida!
Quando já a tenho por perdida,
Na ausência do amor.
Não amei do amor nada sei,
O que fiz então da vida?
Meu Deus! Não vivi,
Sem tempo passei por aqui.
HOMENAGEM AOS AMIGOS DO GAMBIARRA PROFANA
PARA OS AMIGOS E PARCEIROS DA GAMBIARRA PROFANA
Esse poema é uma simples homenagem aos amigos da Gambiarra Profana, que estão de uma forma ou de outra sempre comigo, sempre no meu coração e hoje sei que aprendi a amar cada um de vocês de uma maneira toda especial. Abaixo a relação dos poetas e poesias que estão aqui em ordem cronológica de tempo de amizade.
Autor: Arnoldo Pimentel (Partida Vazia, Ventos na Primavera)
Silviah Carvalho (Ave do Chão, Silêncio, Um Coração que Ama)
Márcio Rufino (Amor me Pegou, Dia Escuro, Mulher que Pinta)
Ivone Landim (Guardiã, Hoje, Razão de Ser)
Sérgio Salles-Oigers (Flor do Lodo, Nu da Minha Voz, Recital Para a Porta da Cozinha)
Lenne Butterfly (Grande Mini Vigília no Monte Subterrâneo, Nós)
Vinícius Siqueira (Versos e Reversos)
Rodrigo Souza (Segredos do Poeta, Ser Você)
Fabiano Soares da Silva (Instrumental)
Gabriela Boechat (Aurora)
Luis Anjos (Janela)
Esse poema foi inspirado no poema “Mulher que Pinta” do Márcio Rufino e das mulheres aqui presentes, acho que só a Lenne não pinta, pois nunca perguntei a ela, mas trabalha com imagens e é uma forma também de se expressar, as outras Silviah, Ivone e Gabriela escrevem e pintam.
MULHERES QUE PINTAM( Inspirado em “Mulher que Pinta)
Um dia meio sem querer
Conheci mulheres que escrevem e pintam
Conheci também um mundo feito de imagens
Feito de viagens
Conheci a mulher que pinta
Pinta sonhos
Pinta pássaros
Pinta tudo que vê pela frente
A mulher que pinta, que escreve e se descreve
Nunca está ausente
Está bem ali nos seus poemas
Nos quadros que olham pra gente
Sem pingente
Um dia senti o NU DA MINHA VOZ
Ouvi o RECITAL PARA A PORTA DA COZINHA
Ouvi o SILÊNCIO
Da GRANDE MINI VIGILIA NO MONTE SUBTERRÂNEO
Quando O AMOR ME PEGOU
E os SEGREDOS DO POETA ficam conhecidos
Quando o poeta escreve enquanto se descreve
Nos VENTOS NA PRIMAVERA
E HOJE todas as coisas são VERSOS E REVERSOS
Guardados pela GUARDIÃ
No coração da MULHER QUE PINTA
Na voz de quem é nu
No silêncio que penetra em “NÓS”
Assim tentamos ser
A AVE DO CHÃO
Para tentar aprender a voar novamente
Tentamos SER VOCÊ
Tentamos clarear o DIA ESCURO
E pintar alguma coisa que seja
INSTRUMENTAL
Mostrar que temos UM CORAÇÃO QUE AMA
Antes da nossa PARTIDA VAZIA
Antes de olharmos pela JANELA
E ficarmos admirando a FLOR DO LODO
Para não nos esquecermos de olhar dentro de nós
E descobrirmos que somos poeta de letras
De tintas
E temos nossa RAZÃO DE SER
Atravessamos o tempo
Rompemos a AURORA
E somos imortais
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
"RUMO À SOLIDÃO"
Rumo à solidão
Sem vento pra refrescar
Sem medo de voar
Homenagem ao poeta e amigo Márcio Rufino no blog Ventos na Primavera
http://ventosnaprimavera.blogspot.com
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Fim de Festa
É bom me ver aqui feliz
nesse fim de festa
mesmo que isso não faça diferença.
É triste saber que houve os vencidos
nesses longos momentos vendidos
nestes grandes ventos medidos
dos mares do sul.
Mas danço com o ritmo da música.
Me olhando no espelho.
Controlando o grito do corpo.
Observando o movimento dos membros.
Busco em mim o que chamam sensual.
Trago em mim o que chamam natural.
Que toda vida tem,
que todo ser humano provem.
Solto o meu corpo pela imensa sala colorida de luzes de boate.
E o carnaval enxerga que o meu mal
não é nada perante essa mísera discórdia.
Sinto ainda ver cães, gatos e ratos
comendo na mesma mesa e no mesmo prato.
Rindo de nossas tragédias.
Chorando de nossa comédias.
Mostrarei o que guardava oculto em minha máscara negra,
pois sempre procurei em mim esse lindo beija-flor azul
dentro do horrível urubu que é o meu rosto ao nascer do sol.
Fui seqüestrado pela vida
e resgatado pela razão.
Não sou romântico, mas realista.
Não sou lúdico, mas otimista.
Lindo é saber que, apesar do desencontro,
fazemos todos nós parte do desequilibrado equilíbrio do meio ambiente.
E a morte do silêncio que vive entre nós
desgovernaria a harmonia existente,
destruiria a paz vigente
no fantástico universo da minha ilusão.
Agora vamos nos dar as mãos
e entrar nesta imensa roda
que o amor fez para nos unir.
E que minha luz clarividencie todo lado obscuro.
E que o mundo todo caiba em cima do muro
sem tamanho nem largura que é o coração de Deus.
Que venha uma chuva de água doce.
Tão doce como minha falsa lágrima
que corre deitada na pele
riscando o rosto e desaguando na boca.
Viva a redenção da vida.
Viva o sorriso da meretriz.
Viva a cicatriz da ferida.
O que a gente quer é final feliz.
Marcio Rufino
AURORA
Quadro: ...Uma flor (Gabriela Boechat)
AURORA
Autora: Gabriela Boechat
Se eu fosse você
Eu me usaria violentamente
Eu me cobraria telepaticamente
Eu me viraria do avesso
Se eu fosse você
Me beijaria e me abraçaria inutilmente
Eu me chamaria na desgraça só pra ver
A cor da despedida ferozmente
Se eu fosse você
Eu mentiria sem vergonha nenhuma
Eu prometeria por um segundo só
Eu cairia e levantaria em nome da verdade
Se eu fosse você
Me fingiria de cego
Deixaria o tempo passar, puxaria o fio do tempo pra trás
E falaria
Quero mais!
Se eu fosse você eu não teria dó
Ia querer me ver só
Ia querer me ver mal
Só pra sentir depois o contraste dessa presença
Vaidade declarada
Forma de ofensa
Se eu fosse você
Eu faria tudo igualzinho você faz agora
Porque assim mesmo
Você sabe
Ainda seria sua
Sua Aurora
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Me encontrei...
domingo, 8 de agosto de 2010
Linha de tiro
Aqui neste bairro,
Na rua onde moro
De Ramos à Penha
Nas adjacências
Da linha do trem,
Há risco terrível,
Há risco iminente,
Há risco de morte,
Embora nas ruas
Quem passa, quem vai
Ao banco, à lotérica,
À barbearia
Cortar o cabelo,
Bater um papinho,
Pareça com isso
Sequer importar-se.
Na rua onde moro,
No bairro da Penha
Matar ou morrer
É caso geral,
Rotina diária,
Um caso sem caso,
Sem qüiproquó,
De pouca importância.
Mas, inda qu’eu beba
Até dizer chega,
Até cair trêbado,
Na linha de tiro
Meu quarto se encontra,
Ainda que eu clame
Ou inda que esqueça,
Abaixe a cabeça
Ou fuja pro boxe
Do meu lavatório,
Na linha de tiro,
Também fica a sala.
Daqui, vou sair,
Fazer minha mala
Se não vou morrer!
Mas, para onde eu vou
Triste sem pasárgadas?
Mas, quem sabe disso
Ou co’isso se importa
Se há tanto batuque
Nos fins-de-semana,
Se há tanta cerveja,
Pagode e bailão
Nos bares e clubes,
Se tem na TV
O jogo final
Do time querido
Por mil corações?
No fim, resta, então,
Fechar as janelas,
Fechar as cortinas,
Rezar a São Jorge,
Deixar para lá,
Quedar-se em silêncio.
Nos resta somente
Beber e fumar,
Amar e gozar
Nos bares e clubes
Do bairro onde moro.
Mas,
No escuro, em silêncio
Cantando ou calando
Amor sem amplexo,
O tédio da vida
Sem casa, sem nexo,
Malgrado esse risco
De morte iminente
A todo vivente,
Enfrento-me nu
De tudo, de mim,
De quem silencia
A dor deste bairro,
A dor desta terra
No risco de em vida
Já morta encontrar-se,
Já morto encontrar-me...
Mas,
No escuro, em silêncio
O rastro de um grito,
De um grito dorido,
Pressinto trancado
No quarto de treva
Em luto por mim,
Enquanto lá fora
Batuque feroz
Se faz pra esquecer
O medo de, à bala,
Morrer numa vala.
Felipe Mendonca -
Todos os direitos reservados.
RISO (DIA DOS PAIS - O OUTRO LADO)
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Versos ìnfimos
Enquanto a mão avança
Palmo à palmo
Dedo à dedo
Por entre cavidades
Efêmeras como si
Cegas sem dó
Na sede de ceder
A libido em que se afoga.
por Sergio-SalleS-oigerS
45
No dia 06 de agosto de 1945foi na lançada a bomba atômica na Cidade japonesa de Hiroshima,esse foi um dos dias mais tristes da história da humanidade, então
hoje é um dia que deveríamos refletir sobre a paz e o amor.
45
O espelho refletia
A imagem da minha esperança
Penteando os cabelos
No sonho de criança
Era hora da escola
Não do cogumelo que esfola
Estava juntando as coisas
Que deveria fazer
Durante o dia
Se houvesse dia
Se houvesse luz
Se houvesse alegria
Minhas sombras
Não são meus olhos
Minha pele
Não sentiu mais o sabor do sol
Não tenho jardim
Nem girassol
Talvez eu conseguisse
Voltar outra vez
Sob a chuva negra
Atravessar a ponte
Que separa a tristeza
Da ilusão que ficou na fonte
Deixei de ouvir
O canto da vida
Que ficou espalhado na terra
Almas perdidas
No limiar da lembrança
Da vida esquecida
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
CORPO MORTO
CORPO MORTO
Sente sombras no quarto
Sente vultos do passado
Paredes balanço
Tempo se esgotando
Sente um aperto no peito
Alucinações abrindo a janela
Sente todo arrependimento
Todo sofrimento
Sente gotas de suor descendo pelo rosto
Rosto pálido
Quadro feito por estar só
Garganta apertada pelo nó
Sente asas no seu corpo
Sente felicidade
Liberdade
E sai voando pela janela
Livre e solto
Cai no passeio já morto
Unissexismo
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Não quero morrer em vida...
Me estranho facilmente com a bendita morte.
Fazendo a desesperança implorar não passar por mim.
Não sou poeta
que eu seja poeta?
Se não fui menino
de aquário,
olhando o mundo
por trás da vidraça
da janela?...
Fui às ruas,
roubei goiabas
na casa da vizinha
olhei as calcinhas
das meninas
nas escadarias da Penha
fiz peraltices
no terreno baldio
nas estradas
(atrás do tanque não deu)
sangrei com soco
no nariz
roubei dinheiro
da bolsa de mamãe
chutei canelas
no futebol
(fui dono da bola)
...
Não. Não sou poeta!
Não tive tempo
de olhar a vida
apenas vivi.
Jorge Medeiros
(27-07-2010 - 13:43 h)
O medo
nunca visitou
aquele homem.
Ele nunca
ficou em silêncio.
Jorge Medeiros