Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 21 de maio de 2012

[...e como sinto o vento que insiste



e como sinto o vento que insiste em levitar-me pelas falésias acamadas como núvens escuras dispersas,

e como sinto o vento tocando-me na face

pelo sorriso desta manhã adormecido,

adormeceram-se as longas distâncias,
adormeceram-se as longas histórias,
adormeceram-se as súplicas.

E como sinto o vento que insiste em repetir-se levemente,
como um linho que me toca,
qual algodão,

e como sinto o vento espraiando-se pela claridade
nesta terra castanha escura que piso,

como o sinto.

Reluzem as pegadas que o vento não levou,
o que restou do amor, talvez,

que as monções resistam nas tatuagens eternas do mar,
que a memória resista como o vento que insiste,

insiste,


ah... como insiste o vento em levitar-me de mim.


Poema de Ricardo Pocinho (Transversal)