Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A HORA DE 50 MINUTOS





com as mãos sobre o colo sentada naquele divã um profundo sentimento de estranheza  toma conta de mim e a vontade que tenho é sair correndo dali sem pestanejar mas a consciência me impede e distraidamente pouso os olhos nas paredes brancas com alguns quadros dependurados que me fazem lembrar a visita que fizera recentemente a galeria de artes que era  por sinal uma de minhas distrações prediletas e sinto meu rosto corar quando me deparo com o olhar inquisidor do terapeuta a minha frente esperando que eu desse inicio a sessão o que com certeza eu não tinha a menor vontade de fazer porque hoje me sentia esvaziada de palavras mas sabia que quanto mais eu demorasse mais me sentiria constrangida e seria dinheiro posto fora coisa que eu não poderia me dar ao luxo assim como também em anos de terapia aprendera que essa resistência de minha parte significava algo importante que estava submerso representando material de primeira a ser trabalhado em terapia e tudo o que tinha a fazer era dizer a primeira frase que depois o resto fluiria como um rio caudaloso e o tempo passaria a ser pouco para extravasar uma torrente de emoções que aflorariam o que traria em mim um arrependimento por não ter começado logo a falar e assim pensando não me demorei nem  mais um segundo e só me dei conta que o tempo havia terminado quando meu terapeuta olhou discretamente o relógio em seu pulso


Ianê Mello


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Pintura de Paulo Thumé


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