Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
sábado, 24 de março de 2012
[Sou tentado pela cor das cerejas]
mas da cor cai-me a imaginação
direita ao mar, ou o inverso,
[que me importa?],
como se a seda vermelha, por vezes mais escura,
deslizasse pelo teu corpo, e eu,
me completasse no teu peito, no teu ventre.
Desventro-me assim sem dor nos luares finais de março.
E tudo recomeça mais uma vez,
como se as marés ignorassem o homem do leme,
o desconhecessem, o tratassem como
intruso,
e repito-me que sou tentado pela cor das cereja,
porque o sabor não destingue as cores,
porque poucas são as árvores de todas as cores no além do mar onde existe um arco-iris sem inicio que se afunda algures,
sempre longe de mim.
Que alguns desses deuses me recolham enquanto me afundo por perto,
colhendo a cor das cerejas,
que plantei,
no dorso das baleias em migração.
[Migram-me o silêncio, a tentação em colocar [sempre...] a minha cabeça no teu peito].
Emigra-se o medo, assim seja.
Autor: Transversal