Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 9 de maio de 2010




O passado não registrou
em minha alma
referências certeiras
Elas se perderam
imóveis
no espelho empoeirado
da sala de estar.

15-02-09 - Jorge Medeiros
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Tenho vivido minha vida a mercê das circunstâncias
E não são boas assim...
O beijo é partido e a alma é estrangulada.
Vivo como espectador de minha desgraça
E sem você tenho passado mil noites em claro.
Espero uma, de todas as mulheres já desorientadas
E cansadas desse mundo miserável.
E se vier, como sempre vem... te abraçarei...
Já não sei o que fazer do mundo que criei,
Por isso, fico sem alma, desalmado.
A noite, assim, vai engolindo
lentamente meus sonhos.
às vezes você me cura.
Desse câncer que me faz perder o sentido.
Não quero que tenha o sentiomento ruim,
Não quero que chores por mim...
Menina bonita, filha da África,
hoje vimos o amanhecer...
... e na incerteza do primeiro raio de sol,
Pude perceber o meu desespero por ti.
E você menina bonita, me olha com cumplicidade.
Já não posso viver...
Solucemos o choro, sem lágrimas,
pois secaram todas de meus olhos.
Menina bonita, filha da África, vivo a tua mercê,
Esperando a outra parte do beijo
Que revigore a minha alma.

Fabiano Soares da Silva
Todos os direitos reservados.
O sabor do seu beijo
Na madrugada fria
A meu corpo desejar.

Sandra Pimentel
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Melódica Paixão

Com classe despótica
teu indelével corpo
vem repousar nas ondas da paixão
onde dedilhar-te-ei como menestrel
e afinados sussurros profanos
melodiarei na tua pauta
soerguida de volúpia
comporás fora de si
febril e convulsiva
uma ópera de múltiplos atos
e eu torpe a refrear
a escala transbordante
com um rufar pulsivo
intenso e sincronizado
por fim um dueto uníssono
ecoaremos por duas vidas.

Giano
Todos os direitos reservados.

Rima sem Graça

Minha poesia
É um embrião
Que não chega
A ser feto
Morro a cada dia
Por falta de afeto

(28/06/09)
Jorge Medeiros
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Pequeno Manual de Taquigrafia




Abro a janela
Como quem se afoga
Tentando se livrar
Das águas que adentram as narinas
Hora estou aqui
Hora estou a meia hora
Partindo-a ao meio
Como limões azedos
Não consigo fazer uma canção
Mesmo assim sigo cantando
Ando a passos largos
Sem saber onde ficar
Meu único lugar é em mim.

Fabiano Soares da Silva
Todos os direitos reservados.
As paixões
São certamente
Egoístas
Ficam aprisionadas
Num coração iludido
E declara escandalosamente,
Mesmo no silêncio,
A necessidade do desejo
Aprisionado
Num só ser.


17/05/2009 Jorge Medeiros
( Belford Roxo – “ Sinal Verde”)

Hans, Ísis, Jade e Abel

Com desprezo
me agarro
ao cadáver
de minha mãe
caído, ali no chão,
dividindo espaço
com tantos outros corpos
chacinados
pela mesma mão,
que não há muito tempo
com beijos ela abençoou,
entregando seu coração
ferido por um filho
que à beira de seu caixão
suas jóias particulares saqueou.

Dentre suas jóias particulares
se encontrava
um Hierofante de marfim
talhado por mim
enquanto o réu se escondia
atrás do vidro maternal
estampado no funeral
a lágrima de alegria
escorria pelos braços do cortejo
sob velas
transcendentais
e quentinhas de carne-de-sol com jerimum
preparadas
por mamãe
pouco antes de eu matá-la
à marretadas.

Minha marreta Juliana
só ela me entende,
não faz nenhum drama.
Minha marreta Juliana,
minha amada, minha cúmplice;
minha dama.

O terror!
O terror
de quem nunca se arriscou
a nadar na banheira
pra mergulhar
na língua da ribanceira
a testemunhar seu início
no fim da vida de alguém.

O terror!
O terror!
O amor!
A testemunhar seu início
no fim da vida
de outra pessoa.

do livreto "Os Covardes Também Cantam Canções de Amor"
de Sergio-SalleS-oigerS
₢.2000 - Gambiarra Profana / Folha Cultural Pataxó