Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 17 de julho de 2012

"perfil"

só.
por este tempo..
à névoa da têmpora sem o brilho-crente e/ou desigual..

este exemplo. por intuito..(e forma)

quisera dar-lhe às asas, e. roubar-te: o sol.






e,
já refém do barco suposto, a tempestade..

ao alvitre de coleccionar os modos à sensação
serve-me, à perdida noção!! e guia-me aos olhos..


poderiam estes espasmos, consultarem-te?
à comum impressão de letargia e psicodélico confronto..
poderiam? às avessas re-voltas em sequestro de ar teu, a..
decifrarem-te.. a devastarem o canto além da tua vez?





pois,






te seja à carta que não quis ver
te seja às costas dos lapsos em mãos e solução
e
te seja à hora


do blefe
do preço.
do ensejo que te toma em febre
pois,






à página. te é.













por meu exemplo de glórias
minha conduta em exceção
por rescindir-me
já, aqui..
tempo.





à palavra que define um ponto
e





breve sonho.
e de ti, então,







a separar..



Poema de Azke

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carochas, bicicletas & biplanos - 28

Vamos a livros. Leio o que quero. Livros maus de propósito e bons também. É preciso ler um mau livro para se dar mais valor a um livro bom. Assim como um poema. Gosto de ler maus poemas. Depois leio os meus poetas e fico extasiado.

Não gosto de livros com grandes capas a ilustração a ouro e capa rija de pele para durar século e meio. A não ser a Bíblia. Nem Camões. O meu exemplar de Lusíadas, funcional e que está comigo no trabalho é uma edição de bolso que me custou 1 euro. Gosto de livros em edição paperback, baratos, que se podem comprar nos aeroportos e nas bombas de gasolina. Livros que se podem pôr a chávena de café em cima, enquanto se conversa e se faz outra coisa. Livros que não se lamenta que caiam ao chão ou se encham de areia. Mas não gosto de livros com folhas dobradas nem manchados de gordura. Isso não. Gosto de usar um livro, estimá-lo e sempre mantê-lo em condições que o possa emprestar. Detesto livros mal colados. Servem para se deitar fora e não se deita fora livros. Teoricamente. O livro caro porque a capa é boa é como as antigas aparelhagens monstruosas que serviam para ouvir música sofrível a todos os níveis. Gastar muito dinheiro num livro corrente não faz sentido. Seja a divina comédia ou um policial de agatha christie, por sinal gosto de ambos. Mas não sou contra as capas duras, nem os livros grandes. É só que eu gosto de ler na rua, no metropolitano, em viagem, no carro, no banho, na sanita, na cama, na mesa, em todas as refeições, na praia, na piscina, no futebol, no concerto, no bar, na discoteca (detesto discotecas mas houve sempre um período em que se frequentava para se ganhar uma dor de cabeça e ficar com os pés amassados das pisadelas), na igreja só em visita, pois não frequento igrejas religiosamente, no deserto, na montanha, em fuga, sentado e em pé, a correr e parado, acordado e a dormir (um exercício cansativo mas na fronteira entre acordado e desperto é possível). Claro que o livro de cartão e papel vai sendo reduzido até acabar em tablets e outras formas de livro, virtual e como objecto mas sem papel, pois as árvores não aguentam mais e eu gosto de árvores mais do que livros ou equiparável. Não sei como vai ser amanhã mas hoje contento-me em ser barato no meu gosto por livros.

Jul. 12

Autor: Carlos Teixeira Luís


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carochas, bicicletas & biplanos - 27

Rolling Stones. Agrada mas também chateia. Já lá vão uns anos, penso que Junho de 1990, quando tu ó Mick te abanaste como um macaco no estádio José Alvalade, o antigo, o que tinha a pala de cimento a cair, podia ter caído naquela noite tendo em conta o barulho que fizeram os então desconhecidos Gun na primeira parte, o público só rejubilou, naquele frenesim de concerto de multidão possessa com o seu quê de religioso e demente, quando o guitarrista solou um pouco do Satisfaction, já lá vão uns anos, quando te vi a abrir o concerto com as tuas mãos grandes numa espécie de dança e o resto da trupe parados a tocar e mais os bonecos insufláveis, um deles um cão que Mick decide picar os testículos com uma forquilha insuflável, tudo parte do espectáculo, no fim o corredor da bancada central onde estava arrumado tilintava com as muitas latas de cerveja espalhadas, valeu a pena ver e ouvir e cantar os velhinhos palhaços do rock na sua representação de estilo-junkie que perpetuam faz décadas, embora fosse a digressão à volta dum álbum sofrível e falhado mas o reportório dos glimmer-twins tudo aguenta e suporta, e não é que fizeram cinquenta anos de concertos, começando na estreia em 12 de Julho de 1962 no Marquee de Londres até agora em pleno século XXI, o século das naves espaciais e das viagens intergalácticas, pensávamos nós nessas décadas anteriores, pode ser que ainda venha a ser, por enquanto é o século da queda de todas as utopias – as que restavam, que não eram muitas e o século das grandes crises económicas, de valores, até aos limites não conhecidos e até se inventar novas expressões para classificar situações extremas nunca antes vividas, esperem que as expressões não tardam, e os rolling stones continuam, o que é uma espécie de milagre que agrada mas também chateia.

Jul. 12

Autor: Carlos Teixeira Luís


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