Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Apagar, sim porque... nem todo mundo pensa igual e não é obrigado a engolir as verdade de ninguém!

Quem tem fórmula certa e a regra que dá alguém liberdade na escrita? A razão da escrita é um elogio, uma crítica, o prazer da escrita são os comentários ou interferem no escrever os números das leituras?
Nada disso importa e me choca os que se dizem esclarecidos literatos preocuparem-se mais com a capa do que o conteúdo do livro.
Quem tem a razão sobre o que eu disse no meu tempo não vive o meu tempo, logo as respostas das perguntas acima são as próprias perguntas para quem escreve pensando nisso.
Nunca vou saber se quando eu não mais existir, o que eu disse servirá para alguém além de mim, se irá se relacionar com uma realidade que nunca imaginei, é esse um dos muitos senão o principal propósito da escrita, ainda que algo que eu tenha escrito já tenha obtido reconhecimento atual.
Meu pensamento é que: o bom escritor (diga-se bom escritor o que as idéias permanecem por gerações) já nasceu póstumo e o ruim também, assim como os profetas mortos. Ao escritor a sua alma diz: as palavras são vontades somente minhas, meus pensamentos, o meu sentir, minha visão do mundo com todas as ilusões, textos, versos e rascunhos lançados no espaço, onde me liberto da gravidade da vida mortal, onde me torno em interpretações alheias, onde vago no esquecimento da vacuidade com questões filosóficas e onde meu corpo de pensamentos mutila-se até o fim ou até loucura.
Não compreendo quem não escreve assim, quem não se expõe em praça pública e quer definir o certo e errado com uma utopia para o significado da liberdade, não entendo a mania de descobridor dos outros quando deveria encontrar o nirvana em si, o deixar de viver para analisar o ideal de viver a liberdade, e à distância e buscar a solução sem reconhecer o problema em si, mostrar o caminho a todos e não ser o exemplo, buscar mudanças e não mudar.
Não aceito ideologias pra escrever, atos alheios de bondade e maldade ou crítica como impulso para mover minha vontade de descrever a visão do mundo ao meu redor, e parâmetros para definir o que é agradável ou não de dizer, mas confesso, sou mortal e todas as coisas me afetam e ainda que eu as ignore elas permanecem ali, como uma semente que brota nas rochas.
Há sempre uma forma de corromper o real significado do que se diz e eu agradeço sempre até os que me cospem a cara, agradeço quem me percebeu vil como nem o espelho me mostrou e me conforto com as boas mentiras, desde criança sou assim, meus pais me ensinaram a ser grata. Dizem-me pela vida coisas boas e más nem tudo que se diz aceito como absoluta verdade, mas ainda que eu as negue agradeço.
Aprendi de tanto tentar escrever que nem tudo se diz com palavras, mas com gestos e exemplos de comportamento no livre arbítrio, leio sempre gestos, os meus e os gestos dos que conseguem passar por mim e me chamar à atenção, seja negativa ou positivamente, isso me faz livre de pré-conceitos na leitura e na escrita, o aprendizado é o certo e o errado e isso é uma constatação de que não existe uma fórmula, e que toda forma conhecimento é somente uma repetição do que todos aceitam como certo.
Se o que escrevi teve bom uso além do primordial que é para minha catarse, nunca vou saber, mas é essa fascinante dúvida que se faz a razão pela qual escrevo e testemunho a minha visão e a minha reação em relação ao pequeno mundo que me cerca de riquezas e mediocridades.
Viva a liberdade de expressão e as críticas, a falsidade e os elogios, um viva para quem não se importa e prefere isolar-se, viva quem apaga os comentários e mais um viva ao respeito porque nem todo mundo pensa igual e não é obrigado a engolir a verdade de ninguém.

Texto de Aline Capistrano