Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 13 de junho de 2012

[...e perco-me nesta terra tão de palavras



e perco-me nesta terra tão de palavras que as tormentas
fundearam,

pecado capital antes fosse,
seja-me em vendaval repentino, então,

que toquem as trompetas anunciando o fim,
como um fado negro sem comiseração, sem voz,

que o crepúsculo se refugie por entre nebulosas que pontificavam num céu, antes azul,
que os primeiros ondulares do mar se ombreiem, sem resistência.

Os destroços da madeira, antes seiva, debruam o areal,

rarefaça-se a dor,
as vozes jamais se alterarão.

Hoje sei, o quanto me amaste,
mesmo quando minha alma crepitava, qual sal no fogo,

acreditava ouvir o som de um piano algures
que me atormentava,

perco-me nesta terra tão de palavras jamais ditas,
enquanto estas minhas todas tormentas, fundeiam nenhures,

porque só hoje, sei,

[o quanto me amaste].




Poema de Ricardo Pocinho (Transversal)