Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



sexta-feira, 25 de março de 2011

Ou tônus?

abre o portão de madeira
tomando
fôlego
vem

com o rosto pintado
de azul
e estrelas que nadam
no seco do preto
ele é o que beija
antes de esfriar

cobre
prata
lua
cobre
o chão de folhas
secas
o pisar estala

nas tardes
de 5:30
agora tão agora
depois de esperados doze meses
ele volta
com a calma solar
cravejada nos olhos

depois de tudo que foi evaporado no verão
volta
trazendo o cheiro
das flores geladas
que se dão devagar

no vento brando que cavalga a areia do tempo
o vidro da ampulheta
onde um grão sempre conta
e conta para outro grão
conta
que quando estiverem bem unidos
quando o de baixo não suportar mais o peso dos outros
quando o que sobra cair para os lados
quando tudo tiver que virar de ponta cabeça
ele volta

dizem as folhas secas
que antes de tudo ser cinza
só o outono
faz
cair
e azulando o olho do mundo
beija seco a terra
antes de gelar
faz cair
sem chorar o verde
só o seco sucumbe
conformado
aos seus gentis afagos de ventania

Poema de Carlos Jubah