Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 29 de abril de 2012

pedras e céu


da minha janela
os pássaros vão desenhando nuvens

o tempo em seu afligir destelha o céu
como se sonho tivesse prazo

aquele beijo que não voou
pia na janela toda manhã
... vai falando de mim

desfolha-me até o espinho
no labirinto de outro peito

a tudo diz esquecer
perde-me entre dias perfumados

tecem ventos com mãos em concha
ao som da tua voz contornando
(tantas) asas aos lábios...


Poema de Vânia Lopez

Um peixe chamado Zé


Zé peixe
Dos ocenaos
Um sergipaninho
Danadinho
De tinhoso
Teimoso
Era peixe
Mais que um peixe
Peixe
Gente
Passáro
Porque sabia voar
Alem ceus
Alem mar
Por todo gigantismo
Era preciso
Saber dançar com golfinhos
Namorar as sereias
Ser interprete
Dos segredos oceânicos
Um pingo de gente
Que só ele
Tinha a chave do desconhecido
Lançando desafios
Ao singrar outros quantos
Mares e rios
De águas revoltas
Porque nadar
Pra Zé Peixe
Era pouco
Voar também
Era preciso
Descobrir novas minas
Águas salgadas
Doces e cristalinas
Mais que se navegue
Pro belo da vida
Descortinar outros mares
Nunca dantes navegado
Assim foi Zé
Um mestre
Um rei dos rios
Dos oceanos
Achava pouco ser peixe
Desejava ter asas
Por isso nadava contra a corrente
Do velho Sergipe
Rumo ao gigante oceano
Em busca das profundezas
Do sem fim
Sem limite de sonhar
Vento forte
Ondas fortes
Os abraçavam
Pra suportar
Tamanha aventura
Por tão franzino biótipo
Que nada de embarcações
Cada nadada
Descortinavas novos dasafios
Rumo ao horizonte
De navios e barcos
Que mais seguros
Poderiam navegar
E chegar
Além-mar
E o velho marinheiro
Á quem chamavam
De Zé
E era mesmo zé
Mais um Zé Peixe
Parecido os mais fortes
Ferozes tubarões
Nada disso
Um simples golfinho
Conhecedor profundo
Dos segredos do tenebroso
Zé pequeninho
Franzidinho
Contudo
Um senhor marinheiro
De nadadas largas
Rasas e profundas
Rumo ao mundo dos oceanos
Seu nome ganhou fama
Viajou pelo mundo
Virou textos e livros
Feito bem-te-vi
Voou alto
Não satisfeito com feitos
As peripécias por aqui
Desafiar Cielo
Xuxa em nado
Pra que
No alto dos oitenta
Atravessar a costa inteira
Foi coisa pequena
Zé Peixe
Figura popular
Solitária
Lendária
O mar foi pequeno
Pra um gigante navegante
Era mesmo um peixe
Que precisou outros áquarios
Largo e profundo
Pra bem mergulhar
pois tinha que flutuar
Remar contra tudo
E todos
Águas mornas
Frias e serenas
Mais poluídas
Driblar intempéries
Instabilidades das ondas
Do tempo
Rumo ao infinito dos céus
Era preciso
Procurava ser estrela guia
Pro visitante desconhecido
Dia e noite
Noite e dia
Brincando com outros astros
Fez-se gigante navegante
Por quem todos deverão
Aplaudir
E venerar
Seu agir e exemplo
De lição de vida
Mesmo que navegar
Nem seja preciso


Poema de Lizaldo Vieira