Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 2 de abril de 2012

Engana-me que gosto

Sem essa do me engana que eu gosto
Areia
Meu bem areia
Areia de Maruim
Quem não gosta de areia
Também não gosta
De mim
Sou brasileiro
Quebrado da gema
Gosto de carne seca
Sarapateu de bode
Com uma friota
No meio da feira
Aos trancos e barrancos
Vou vivendo
Com ou sem dinheiro
Viramo-nos
Compro banana mais barata
Frutas fresquinhas
Inhame d’água
Na barraca
E sempre produto fresquinho
De primeira ou de terceira
Tudo regateado
Pechinchado
Pinga fogo
Ponto no í .
Só Não ponho lenha
Nem tempero
Na panela alheia
Pode sair queimada
Com caldo insosso
Prefiro não assumir a culpa
Pelo mau gosto
De música
Gosto e entendo
Um pouco de tudo
Escolho a dedo
A letra
Pode ser brega chique
Forró da Clemilda
Prenda o tadeu
Piada do Ton Zé
Na sombra da jaqueira
Do Josa
Não sei por que iludir-se
Em mentir pra você mesmo
Que não assume
O gosto popular
Pode mangar de mim
Chamo mesmo atenção
Tocando meu pancadão
Um bregão
Fzendo isso
Rendo um troco
Para a economia popular
Deixa que xinguem
Que falem
Que virei um bregueiro de primeira
E quem não virou
Vai virar
São João vem ai
Tocando baião
Forró eletrônico
De calcinha preta
Vai dizer que não gosta
Que isso é só pra careta
Ái que bom
Um samba de roda no interior
Um forró no pé da serra
Na casa de nô
Uma ou vez ou outras
Dou uma esticadinha por lá
Quem não passa na banquinha da esquina
Pra por a sorte em dia
Com o bicho do dia
Vai dizer que não come buchada
No meio da feira de gloria
Tomando pinga
Com casca de pau
Na barraca do Babau
Daqui a pouco tem gente
Querendo assumir
Que não gosta do mela mela
No são Pedro de capela
Me-engana-que gosto
Dum trossu dessee
pode ser
Mal me quer
Bem me quer
Bem querer
Falta de grana
Ou má vontade
Com a freguesia
Conversa doida
Pura ressaca
Do meganha
Ói
Vai petear macaco
Que è melhor
Pra não ficar com cara de tacho
Por chilique
E vexame
Nem chame
Vê se estou lá na esquina
Eu tô
Que tô
Nem aí
Pro jegue acuado
Nem tudo o que reluz é ouro
Diz o ditado
É mesmo que dizer
Que o etanol é ecológico
Preserva o verdes
Só se for
O verdinho monetário



Poema de Lizaldo Vieira