Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 28 de março de 2013

Fanatismo I

os pecados cometidos
durante sua vida inteira

serão todos redimidos
por um santo de madeira

a fiéis, cruéis, vendidos
cada qual a sua maneira

o paraíso é resumido
num livro de cabeceira

Autor: Acento agudo

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Ants

Hoje estou cansado
Dói-me o corpo da realidade compressora sobre a carne
E dói-me a cabeça com o peso destes pensamentos sólidos.
Estou cansado 
Não pelo que fiz hoje 
Mas pelo que tenho agendado para fazer amanhã.

Se soubesse que ia morrer esta noite 
De certo andaria folgado e leve
Por não ter nada para fazer amanhã. 
O que me cansa são os dias programados 
A repetição no pensamento, antes de acontecer a repetição dos dias
E cansa-me mais a certeza de pensar nisto
Do que tudo o que tenho para fazer e que sei que não farei
E esta certeza aleija-me o corpo como culpa de faltar com a vida.

Quisera o destino que fosse humano 
E que tivesse pensamentos sólidos 
Sobre qualquer coisa que cheira a céu e a divino 
Quando deveria ser formiga, feliz por não pensar repetições 
E por andar sempre junto à terra. 

Ando farto de ser deus do meu destino por cumprir.

Hoje estou cansado da realidade de não ser formiga.
Estou sentado numa cadeira a ver formigas 
A passarem encarreiradas na labuta automática de não pensarem amanhã
Nem no segundo seguinte, nem na morte a consumir-lhes o tempo.

Estou sentado na cadeira que me persegue para onde eu for
E cansado de fugir dela 
Cansado de ser eu e ter pensamentos sólidos 
Agarrado à vida e a coisas vagas como amanhãs com cheiro de morte.
Cansado 
De ver formigas.

Poema de Nuno Marques

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