Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Arqueologia

Vez ou outra
Dou uma espiadinha pela fresta da porta.
Olho o caminho percorrido
E sempre acho, em meio às pegadas,
Um pequeno tesouro esquecido e enterrado.

Uma mão estendida,
Um olhar compassivo,
Um sorriso no momento exato.
Uma palavra...

Encontro, também, remédios amargos,
Intramusculares,
Daqueles que doem muito,
Marejam os olhos e apertam o peito.

Não observo ossos
Deixados pelo caminho
Porque coisas mortas só assombram
Minhas noites de sono tranquilo.
Minha arqueologia é sobre
As coisa vivas, que pulsam
E me ensinam novos caminhos a percorrer.


Outro dia,
Em um desses passeios,
Encontrei o perdão, só,
A muito tempo esperando por nós dois.

E tento trazê-lo desde então.


Poema de Milton Filho