Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



segunda-feira, 4 de abril de 2011

Somos mais que uma bunda...


 
Sangue vivo?
Apenas um detalhe em nossos corpos.
Apenas um detalhe em nossas vidas.
Jorramos sangue todo mês
Não tem escassez
Somos fortes!
Tem tempero com coentro
Lençol enrolado no sexo,
Batom na boca,
Sutiã no quarto,
Camisola no banheiro,
Calcinha na mão,
Risadas escandalosas...
Rugas na testa por preocupação.
Ligação para saber se o filho chegou bem,
Café forte fresquinho para inspirar
Adereços para encantar,
Uma vitamina de cores...
De Atitude,
De Amores,
De Vontades...
De pés audazes.
Barrigas que parem
Peitos que caem.
Bunda? - Mais que uma bunda...
Uma mulher, um mulherão!...
Cheia de cio,
Dona dos seus,
Amante da vida...
Que a vida dela deu.


((( Camila Senna )))
 
 
 

Poética Hermética

Poética do breu
Poética do deserto
Poética do vazio
Grito silente
Silêncio ensurdecedor

Pode ser que sim
Pode ser que não
Pode ser que seja
Que seja então

De qualquer jeito
De qualquer forma
De qualquer modo
De qualquer maneira

Tudo tem um porém
Nada também

Mas apesar dos pesares
E apesar de tudo
Sigilo absoluto

Um dia dança
Outro dia se dana
Quando não se lasca
Se fode

Até que um dia
Talvez
Você tenha vez
Mas também talvez
Não tenha talvez
E ao invés de
De vez em quando
De quando em vez

Num estalar de dedos
Num piscar de olhos
Numa fração de segundos
Num átimo

Falo ou me calo?
Falo agora,
Me arrependo depois.
Mas falo!
O ser humano é falho.

Identidade secreta:
Poeta!

Para se separar
O diamante fino
Da pedra bruta,
Uma tonelada e meia
De engenho e arte.
Quem se habilita?

Eu acredito piamente
Eu acredito cegamente
Eu acredito até a loucura
Que vale a pena

A poesia é a infância da Humanidade.

Poema de Andri Carvão.