Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Era uma vez outra vez
Afasto os órgãos que não interessam
Irrompo pelo estômago das palavras
Aspiro o sangue, limpo as impurezas
Rasgo-o com precisão pela boca
Retiro-o de uma só vez vitorioso
Clampo a ferida aberta e morro
Um dia serei árvore e novamente papel
E estômago e bisturi afiado
E uma pleura aberta até ao chão
E depois palavra e depois página
Veia e artéria
E agarrado aos pulsos um coração
Bisturi afiado para começar tudo de novo
Se valer a pena, estou disposto a autopsiar-me
Órgão a órgão para cima de uma marquesa
E aprender a começar as frases por era uma vez
in: «Os poemas não se servem frios» Temas Originais 2010
Poema de José Ilídio Torres