Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 25 de maio de 2010

Primavera em pleno outono faz sucesso no Donana


O poeta Arnoldo Pimentel autografa seu livro "Ventos na Primavera".


Poetas na penumbra: Dida Nascimento, Fabiano Soares da Silva, Rodrigo Souza, Sergio Salles-Oigers, Arnoldo Pimentel, Henrique Souza, Vicente Freire, Marcio Rufino e Rômulo Pimentel


Os poetas Jorge Medeiros, Ivone Landim, Felipe Mendonça e Marcio Rufino


O poeta Marcio Rufino é o mestre de cerimônias


A poeta Ivone Landim


O poeta Jorge Medeiros


O poeta Sergio Salles-Oigers também homenageia Arnoldo


O poeta Rômulo Pimentel


O poeta Fabiano Soares da Silva


O poeta Henrique Souza


O poeta e ativista cultural Vicente Freire


A artista plástica Gabriela Boechat


O poeta Arnoldo Pimentel

Próximo de completar dois anos, o Pó de Poesia acaba de parir seu primeiro rebento. Trata-se de “Ventos na Primavera”, primeiro livro solo do nosso companheiro, o maravilhoso poeta Arnoldo Pimentel, editado pelo grupo Gambiarra Profana em parceria com a editora Pataxó. Tendo na capa uma belíssima ilustração da artista plástica Gabriela Boechat, o livro foi realizado de forma elegantemente artesanal e tem participações afetivas de poetas do Pó de Poesia e da Gambiarra Profana como Marcio Rufino, Ivone Landim, Sergio Salles-Oigers, Fabiano Soares da Silva entre outros.

O lançamento foi um grande sucesso na noite de 22 de maio de 2010 no Centro Cultural Donana em Belford Roxo. Contou com a apresentação de Marcio Rufino e com a presença de poetas da baixada fluminense e de outras regiões do Rio - como o poeta Xandu - que homenagearam o poeta lendo seus poemas. O evento contou também com uma mostra de curtas- metragens do Cine Rock e com exposição dos quadros de Gabriela Boechat.

A noite foi muito emocionante para todos nós e temos a honra de dividirmos esse momento glorioso com todos os seguidores, amigos, visitantes e leitores do blog do Pó de Poesia. A cultura de Belford Roxo e da baixada Fluminense agradece.

O Amor me Pegou




O Amor me pegou
Entre solidão e música romântica
Entre meu quarto e minha cama.

Quando de repente
Me lembrei da primeira vez
Que vi seu rosto

De repente me vejo aqui
Com esse leão feroz
Querendo saltar de dentro do meu peito.

Que vai dar no mar
Que nos levará para uma ilha
feita para nós dois.

Guardada por um deus grego
E uma santa católica
Que se compadeceram
Da sinceridade do meu amor.

Será que você não vê
Que meu coração
è uma baleia gigante
Que ondula, pula e salta
De cabeça para o rabo
Num mar de bem-querer.

Mas eu fico aqui nesse quarto
Totalmente exilado, alienado, separado
Desse mundo que não se cansa
De correr lá fora.
Dessa gente que não se cansa de andar lá fora.

Não quero que minha solidão me enterre em terra frouxa
Me comendo da carne em incerteza
Que é a destruição.
Mas me conduza em estradas iluminadas
Por noites escuras de lua e estrelas
Que é a paixão.

Bendito seja seu rosto vermelho
De vergonha e charme.
Bendito seja seu olhar infantil
De inocência e arte.

Ainda hei de ver chegar o dia ou a noite
Em que numa mesa de bar
Ou numa festinha de estar
Chegaremos juntos
Passo a passo
Palavra a palavra
A verdadeira razão espontânea de sentimentos.

Não quero que minha loucura
Faça com que minhas unhas e meus dentes
Me estraçalhem vivo
Que é a morte.
Mas faça com que meus lábios e minha língua
Percorram os pelos do seu corpo
Sugando a sua energia
Que é a sorte.

Maldito seja todo o rosto pálido
De hipocrisia e maldade.
Maldito seja todo olhar frio
De ironia e falsidade.

Ainda hei de ver chegar a tarde ou a madrugada
Em que você vai me ver
Como uma pessoa
Que te quer muito amor
Que não é só um corpo
Capaz de dançar
Mas de fazer música.
Não é só capaz de comer
Mas de sentir fome.

E aí você vai entender
A razão do que eu digo
Pois é com muito orgulho
Que eu grito
Com todas as minhas vísceras
Que o Amor me pegou.

E é ele quem me abre o coração
Para você passar
Assim como Moisés abriu o Mar Vermelho
Para o povo hebreu caminhar.

É por isso que eu sou seu
Mesmo que você não queira.
É por isso que você me domina
Mesmo que não me deseje.

Agora cala minha boca.
Não quero mais falar.
Não quero mais te olhar.

Não quero mais traduzir em versos
Tudo que os meus olhos lhe revelam
E meu coração pensa.
Tudo que minha boca insulta
E meu pensamento pulsa.

Já que esse amor não morre.
Renasce em outro crepúsculo,
Percorrendo outros músculos
Em poucos minutos,
De um tempo minúsculo de se querer.

Cresce em reflexos
Num mundo circunflexo
De dias perplexos
De sentido sem nexo de se viver.

Se reproduz desesperado
Num momento exato
De corações apertados
E sentimentos frustrados de se esperar.

Morre em braços duros
De homens maduros
De pensamentos obscuros
e corpos profundos de se entregar.

Marcio Rufino
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Bruxo

prendeu minhas
palavras
aprisionou-me
a atenção
vasculhou minha
cabeça
bagunçou meu
saber
destroçou o meu
querer
dominou-me de todo
jeito
deixou meu corpo
ir embora
e fixou em seus olhos
minha alma
que não pôde partir.

Jorge Medeiros (23-05-2010)

(Em homenagem ao encontro impactante que tive com o artista Xandu)

Lu se ama

Lu se olha sem medo
disfarça o segredo
e assume bem cedo
força num só arremedo.

Lu solta seu pensamento
no certo momento
na voz sem sofrimento
mas com todo envolvimento.

Lu aprende e ensina
na vida de simples menina
na mente e garra feminina
nunca a limites se confina.

Lu leva o profundo pra cama
no silêncio diz quem ama
e antes de tudo, Lu se ama.

Giano
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Ouço teu canto
Tão louco
Como as gaivotas
No fim do dia
Invento sussurros
Tão frio
Como a pele
De tuas montanhas
Desfaço segredos
Inventados por atores
Improviso
Saio de cena
Sem o beijo desejado
Sem a lágrima inevitável
E sem vontade de ir embora
Nesta noite tão fria.

Fabiano Soares da Silva
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Odisséia

















Caudal enorme
De pressa e de ódio,
No leito asfáltico,
Perturba os homens.

Calor de máquina
De brita e de aço
Poreja a pele,
Sufoca o peito,

Sufoca o pleito,
E a todos deixa
Em alta noite
Insones, nulos.

E oprime a boca
Que pede vez,
Que pede voz,
Um pouco d’água,

A fim de sede,
Tal qual de Tântalo,
De fera estiva
Matar enfim.

Mas, há bebida
Que te refaça,
Um calmo rio
De leito manso

Que o lasso músculo
Vigore e molhe?
Não há natura
Que a crosta fure

E acalme a fúria
Febril e muda!
Não há natura;
Só louca lua

Desnuda e gélida
Que se insinua
De noite arcaica,
Por entre gretas

De tua dor,
E nu te deixa
De couro e seda
Com teus broquéis.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.