Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 7 de julho de 2010

Da morte, para a vida...






Aquela vida está sofrida
Paira sobre ruas desertas
Sem ter para onde ir
Para onde chegar.

Vive com a alma vazia...
Com espírito frenesi...
Com a mente dispersa...
E com olhar distante.

Se tem abrigo, não quer!
Acostumou-se com o perigo.
Se tem amor, não dá valor!
Acostumou-se sem calor.
Calor humano,
contatos,
conversas,
isso tudo, não mais o interessa.

A solidão interior,
íntima, se hospedou.
Acha que é uma saída,
um refúgio.
Engano tolo,
é tudo muito
escuso,
confuso.

A inverdade já faz parte
da sua rotina.
A retina de seus olhos,
já não enxergam mais a luz,
só restou-lhe o breu...

O coração que antes era esperança,
agora está em cinzas.
O humor que antes era suave,
está azedume.
O olhar que antes era de amor,
está altivo.
O coração tem tanta poluição
que se confunde com
os sentimentos bons.

Mas ainda tem uma chance.
É só esperar o próximo alvorecer...
O dia se vai...
Chega o crepúsculo... que lindo!
E com ele sua vontade de crescer...
Almejando existir novamente.

Florescer...
E sorrir aos descrentes.
Descrentes esses, que pensaram piamente
que jamais renasceria das cinzas.
Que ficaria eternamente nesse lamaçal.

Mas você quis.
Foi onde tudo recomeçou...
A semente estava ali,
quase morrendo.
E você despertou e a regou.
Ela então brotou,
cresceu e desabrochou.

Hoje, você é sal.
É visceral.
É águia.
Jogou fora toda a bagagem suja
que pesava a alma,
o corpo,
e a mente.

'Camila Senna