Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

[apenas quis]

Apagam-se algumas estrelas
e mesmo que sextantes as encontrem,
ficam vazios os horizontes,
desconhecidos, descreverei então,

perdi-me de ti,
desconhecia
como se encontram as águas,
como se de um rio nascesse mar.

Voam as sedas vermelhas além,
além do mar,
e no teu colo me deitava,
assim seja, dizias-me,
na imensidão de sonhos.

Quis-me o destino partida,

apenas quis,

nem uma gota de água transbordou
as margens só nossas,
onde banhávamos os pés cansados,
dos nossos caminhos, disseste-me,
no dia em que o beijo
afastou o vento norte.

Quis-me o destino partida

apenas quis,

sorriste quando escrevemos
poemas no areal que o mar,
um dia, escondeu,

recordar-me-às sempre,
disseste-me.

Jamais me esqueci do mar,
jamais me esqueci do nosso mar,
e hoje, escrevo-te amar,

apenas quis, digo-te,
apenas quisemos, dirás.


Autor: Transversal