Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



terça-feira, 28 de outubro de 2014

Palavra Andarilha, Drummond e Pânico no útero brilham no Sarau Donana de outubro

                                                            Ivone Landim

                                                          Mayara Landim


                                                           Ivna Landim


                                                      Jorge Medeiros


                                                             Camila Senna


                                                                      Marcio Rufino


                                                               Doris Barros



                                                               Luiz Fernando Pinto

           
                                                            Marcelo de Almeida


                                                          Ingrid Landim


                                                          Paula Beatriz Albuquerque



                                                              Solange Maria Frazão

                                                                        People


                                                              Banda Pânico no Útero


 Ivone sendo prestigiada por sua linda prole seus filhos Ingrid, Mayara e Yuri e seus netos Ivna, Iago e Maria.



                                                            Naldo Calazans


                                                                   Alan Salgueiro


                                                            Vicentinho Freire


Felipe Mendonça




Depois de algumas décadas lecionando Literatura e militando em importantes movimentos lítero-culturais da Baixada Fluminense como Desmaio Públiko, Pó de Poesia e Fulanas de Tal - sendo os dois últimos criados por ela - finalmente a poeta, escritora, educadora e fanzineira Ivone Landim brinda seu público com seu primeiro livro de poesias Palavra Andarilha, editado pela Maple editora. O lançamento aconteceu neste último sábado do dia 25 de outubro no Sarau Donana, apresentado pelo coletivo Pó de Poesia todo último sábado do mês no Centro Cultural Donana em Belford Roxo. Emocionada e emocionante, Ivone foi merecidamente homenageada por seus companheiros dos coletivos Pó e Fulanas, além de familiares e parentes. Sua filha, a dançarina Mayara Landim recitou seu poema Hoje. Sua neta Ivna cantou duas canções à capela para prestigiar a avó. A noite também foi marcada por momentos de grande destaque artístico como a participação do ator meritiense Marcelo de Almeida que brindou a platéia do Donana com uma irrepreensível atuação ao interpretar o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. Com uma presença marcante Marcelo interpretou pensamentos, idéias e poemas do grande bardo itabirano. A performance era parte de seu espetáculo "Esta noite sonhei com Drummond" com o qual percorre palcos de todo o Brasil. Depois foi a vez do ator e poeta Luiz Fernando Pinto do Coletivo Peneira, que mensalmente apresenta o Sarau do Escritório na Lapa, declamar seus poemas para o público. O roqueiro People encerrou a noite cantando e tocando com a banda Pânico no útero, encerrando a noite com chave de ouro.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

MONTE ALEGRE



MONTE ALEGRE
Aos meus irmãos Cláudio Rangel, José Luiz, Fábio e nossos irmãos de infortúnio.

Na rua tinha uma espécie de sinalizador
A padaria ficava em frente a uma oficina mecânica
 E às vezes os tanques de guerra passavam por lá
Eu precisava saber a hora de atravessar a rua e pegar o ônibus à noite
Confesso que demorei um pouco para assimilar quando essa hora chegou
Durante uma tarefa de rotina nosso jeep capotou
O chefe da equipe dirigia o veículo e foi liberado
Nós fomos presos, o chão da cela era frio
As paredes pareciam nos espremer
Todos os relógios pararam
Só restou a vela acesa no canto
Que dava para o Monte Alegre
Não havia cobertor
Não havia cama ou colchão,
Alguns dias não são esquecidos

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

FAROL DE SÃO TOMÉ OU É PRECISO PARAR DE CHORAR



FAROL DE SÃO TOMÉ OU É PRECISO PARAR DE CHORAR
Dedicado aos amigos Fabiano Soares da Silva e Rosilene Ramos

Passam das dez horas
E o toque de silêncio
Avisa que é hora de apagar as luzes

Minha luta contra o regime opressor é eterna
Assim como minha busca em compreender Deus

Quase todas as camas estão vazias
E forradas com lençóis brancos
Vou deitar-me numa lá no canto
E ouvir o rádio baixinho para tentar dormir

Muitas músicas são proibidas
Aqui, quase tudo é proibido,
Por isso, ouço o rádio no volume mínimo,
Para que os guardas não possam ouvir
E vir com seus paus de barraca

A carceragem fica junto ao muro dos fundos
E sempre cabe mais um
Eu já estive naquelas celas, sei muito bem com o é

Eu tenho um livro de poesias
De uma poetisa amiga minha
Em um de seus versos ela diz
“Que é preciso parar de chorar”

Todas as noites aqui são escuras
E os dias não existem
Este lugar está cheio de fantasmas
Em noites de tempestade eles são visíveis
Eu sei, sempre os vejo.

Arnoldo Pimentel