Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Outubro


Outubro.
                  Sergio-SalleS-oigerS

Meu amor,
Seu amor,
Nosso amor
Pra sempre existirá
Por que não há
Um outro igual
Tão doce assim,
Tão terno assim
Que nem mesmo toda brancura
Possa se comparar
E se há que há
Que seja feliz assim
Como sou
diante...

... do teu olhar,
Da tua paz,
Do teu bem
Que tão bem me faz
Quando sorri
E ao respirar
Enfeita o céu,

Da cor ao mar
Deixa tão lindo
Tudo de mais lindo que há.

Entristecer,
Desesperar
Será impossível
Pra quem te acompanhar.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

SOBRE A CANÇÃO (Ivone Landim)


SOBRE A CANÇÃO
Autora: Ivone Landim

Oh! Pai toda sua força
Sua nuvem que enfeita o seu céu
Guardo em meu coração
Aquele que me salvará e profetizará minha vitória
Afastando-me do gosto luxurioso da carne
Meu sono é banhado pelo seu rio por seu oceano
Acordo com seu som, Mantra do Universo
Ah! Que maravilha. Eu grito!!
E tudo se faz luz
Não estou mais aflito
Estou cantando aos pés do Pai
Essa Força Superior que aplaca a injustiça e a dor
Vem na canção de minha guitarra
Dizer ao mundo que Você é o meu Deus
Mesmo sendo homem é como poeta que te reconheço
Amo-te muito, muito mais do que meu choro, possa traduzir
Sua força me leva para um mundo criado por você
O amor absoluto
Unidade da minha alma
Com seu paraíso, de só Vida, de só Vida...
Agora vou... E deixo a balada eterna do meu coração
Desculpe-me... Mas regressarei
Onde? Quando?
Só meu Deus é quem sabe das minhas necessidades
Dançarei aos seus pés
Cantarei e amarei todos os momentos
Pois você é toda floresta que me abastece... e me floreia
Haverá saudades, eu sei
Mas nestes intervalos farei uma nova estrada, andarei, andarei
E deixarei marcas para os filhos do futuro
Hoje sou Bob Marley
E minha cor, meus cabelos são fantasias de uma maior realidade
Tudo é muito mais Puro e Infinito, está além do vinho que tomo
Da fumaça que trago
Estou amparado
E a profecia poetiza
O amor que Deus tem por mim
O amor que JAH tem por mim!!!!!!!

sábado, 25 de setembro de 2010

A natureza e sua essência...



 A natureza e sua essência...

As árvores são as guardiãs de cada cidade,
De cada País,
De cada floresta.

Cidade que tem a urgência da sua essência,
País que implora incessantemente sua permanência,
Floresta que fica em vigília velando de pé por sua cidadela.

Se tiver que ter chama, que tenha nos corações dos desumanos,
A chama do amor, com labaredas de sentimentos bons sem pudor.
Se tiver que ter luz, que tenha nos emaranhados da mata,
A luz divina, a luz do sol.

Que venha também a chuva como um milagre,
Milagre que alimenta o solo,
Tornando-o fértil, imortal.

Elas guardam segredos...
Nos protegem do sol forte...
Ornamentam as ruas de colibris da ilusão...
Enfeitam os corações dos apaixonados...
Trazem boas lembranças de outrora.

Nos fazem sentir e ter a certeza de como é absoluta a natureza,
Natureza que reflete na vida dos que anseiam viver.
Viver cultivando as raízes do que é louvável.
Viver exalando e perpetuando o calor do amor,
Amor que há de se alastrar por toda terra,
Civilizando e proclamando o fim da guerra.
Guerra contra a natureza e sua grandeza.

((( Camila Senna )))


Queria muito estar presente no Sarau Donana no dia de hoje, dia 25/09/2010, mas não foi possível, devido a recuperação da cirurgia pela qual me submeti, mas deixo aqui um poema com muito carinho. 
Abraços fraternos para todos do Pó de Poesia e Gambiarra Profana.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"SUB" (Gabriela Boechat)


"Sub"
Autora: Gabriela Boechat
blog: artemundogabriela.blogspot.com

...e em nome dos pensares férreos
que nutrem a vontade
que rompem auroras em nós,
te proclamo o forte
o sal,
o que dá gosto às escamas dos peixes
ao sólido dos pós...
vociferando quieto
escuto sua sussurrada negação em meus tímpanos
prometendo o próprio inferno
a quem só come do avesso...
Subterrâneos mares
encanamentos comuns
brigam pela posse
do que em todos, é só um .

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Você não conhece todos os meus versos




Você ainda não conhece os versos
que nascem na calada da madrugada fria
embaixo do cobertor.

Você não conhece os versos que nascem
quando sozinho, preocupado e sem graça
ando pelas ruas insossas de Belford Roxo
e vejo suas paredes descascadas,
seus comércios decadentes,
os adolescentes indo para a escola em bandos histéricos,
os homens nus da cintura para cima bebendo cerveja,
as mulheres carregando sacolas de supermercado,
as crianças brincando,
os muros pixados,
os terraços das casas perdidos entre as abóbadas das árvores,
o asfalto sujo e corroído de excremento de cavalo.

Você não conhece os versos que nascem
quando ao ouvir canções de amor
me derreto como o sorvete
que se derrete ao calor da língua,
pois somente nos meus versos
posso, quero e devo fazer amor,
não só com mulheres e homens,
mas também com crianças, bichos,
plantas, coisas, anjos, santos
e Deus muito além das orações.

Você não sabe que meus versos
querendo conquistar além de amizades
acabam saqueando corações e almas
e não conseguem saquear corpos.
É mais louvável, belo e heróico
saquear corações e almas,
mas meus versos, mesmo assim,
sentem inveja do versos que saqueiam corpos.

Eles também desejam as efemeridades,
as futilidades, as inutilidades, os escárnios,
as zombarias, os abusos, os excessos,
as orgias, as luxurias, o prazer.

Meus versos piratas
não querem o ouro,
não querem a prata,
não querem o euro,
nem o dólar.

Eles querem a bobeira, a palhaçada,
a maluquice, a brincadeira.

Portanto,
não me venha com seu falso equilíbrio,
seu cuidado, seu bom senso, seu "você há de convir",
seu "não é bem assim", seu "você tem certeza?",
seu "pense melhor", seu "você pode se arrepender".

Seu tudo aquilo que é a gaiola do mundo,
o cadeado do sonho,
a grade da vida
que quer encarceirar o céu
que pare a pomba branca da paz,
a terra que pare o lôdo,
o espelho que mostra a minha cara
parindo minha barba e meu bigode,
o sentimento que pare o gesto,
o pensamento que pare a palavra,
a natureza que pare a paixão.

É...
Você não conhece todos os meus versos.


Marcio Rufino

domingo, 19 de setembro de 2010

Tive sorte...




Nos descaminhos da vida, tiveram espinhos...
E sozinha me deparei com moinhos e sai do alinho.
Mas tive sorte de encontrar alguém sincero...
Que por mim tinha esmero.
E pelas estações da vida, fui galgando e sonhando...
Com meu coração vibrando...

Buscando a utopia real que é celestial.
E o que era controverso, virou verso, poesia que encanta e os males espanta.
E em todas as alvoradas me torno sua eterna namorada...
Nossa essência é divina, me pego a sorrir feito menina, que cresceu fortalecida.


((( Camila Senna )))

Vento...

 

 O assobio do vento sussurrou baixo ao pé do meu ouvido...
Dizendo: não se assuste com o mar de surpresas que chegará com força em sua tenda.
Aquilo me causou arrepios.
Fiquei pensativa tentando decifrar o que poderia ser a surpresa.
Nasceu o dia, findou-se a noite e assim durante seis dias...
No sétimo dia, o vento espalhou aos quatro cantos da terra...

– Que  para a alegria só é preciso fé e ousadia.
Aí então eu entendi, foram justamente as duas coisas que eu mais me revesti.



((( Camila Senna )))

A PONTE E O RIO


A PONTE E O RIO
Autora: Analuz
Blog: HTTP://aluzdeana.blogspot.com
É uma das melhores poetisas que tenho o prazer de conhecer, seu blog é de qualidade, com textos inspirados e profundos, além da beleza poética.


Sob a ponte de meus versos
-elo que liga o agora ao que não finda-
Corre, nefasto, o rio que represei...

O rio que me lava...
Que me leva...
Que me lavra...
Que me livra...
Das mágoas que afoguei...

sábado, 18 de setembro de 2010

Sarau Donana - 25 de setembro





Acostumado com as acrobacias
da adversidade
ando a beira de abismos
almejando um aconchego
mesmo que abafado
por agressões abissais
de um mentor afásico.
(28-12-2008)
Jorge Medeiros

APACHE


APACHE

Eu estava aqui
Você chegou
Me encontrou
Me conquistou
Arrancou minha alma
Me derrotou
Me humilhou
Me expulsou
Eu tentei lutar
Eu resisti
Eu sorri
Eu perdi
Eu morri

FACA DA ESPERANÇA


FACA DA ESPERANÇA

Não vai mais cavalgar pelos campos abertos
Não vai mais viver por aqui
Teve sua pele arrancada
Pela faca da vingança
Pela faca da esperança

Teve seus olhos entristecidos
Vendados para não recordar
Pelas nuvens de um novo tempo
Tempo que atravessou o mar

As penas brancas coloriram
Seus tempos de glória
Sua liberdade solta nos ventos
Liberdade que hoje não tem nem momentos

As nuvens que traziam a chuva
Viraram mormaço
Alimento escasso
Cercado pelo braço forte
Pelo corte

Não terá mais vida aqui
Seu tempo já passou
Os búfalos das pradarias sumiram
Sua cultura sucumbiu
Depois que o mar se abriu

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Extermínio




Meu corpo se depreende
Do Igarapé que há em mim
Entre as cenas na tela
Da saudosa pele de "Cherokee"
É a tinta da terra que
Se acorda para guerra

Com a máscara do tempo
Assisto num sobressalto
Movimento brusco que
Envermelha a pele
Infortúnio de um planeta suspenso
Os dentes agarram a faca
É o extermínio atravessado na boca
O cavalo é mensageiro
Galopa e anuncia o derradeiro golpe
Os ancestrais jazem no Campo Santo
A tribo que se vai é a minha
E as estrelas enfeitam e findam
Uma geração de almas
Há penas por toda parte
Sangue e penas e gramas e memórias
Nas mãos que seguraram os filhos da terra
O último suspiro na mira
É o orgulho da raça
Rastro do vermelho de "Cherokee"
Que apaga seu rosto da grande mãe
A tela atrai os raios de justiça
Desistindo do brilho que há no fim
Dos povos índigenas...

Ivone Landim
Todos os direitos reservados

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Visceral...



Luz da aurora, seus olhos me acham sem demora
Terra encantada, para sempre nossa morada
Fogo indomável, nossos corpos abrasados
Rio transbordante, minha alma navegante
Sol de verão, sua luz que ilumina meu coração
Lençol sobre o ar são minhas asas a voar
Avenida Rio Branco, nossos largos caminhos a passar
Canção bela, me faço instrumento a tua espera
Imenso mar, nossos sonhos a realizar
Flores de abril, nosso amor sutil
Mulata no samba, nosso amor visceral
Poema feliz, eu e você como Deus quis.



(( Camila Senna ))

terça-feira, 7 de setembro de 2010

PASSOS NO QUINTAL


PASSOS NO QUINTAL

A madrugada já estava avançada quando foi despertado pelo pesadelo que
Infligia seu sono. O quarto estava iluminado por uma tênue luz do abajur na cabeceira ao lado da cama. Levantou-se, calçou os pequenos chinelos e caminhou para fora do quarto. O corredor estava escuro, mas conseguia enxergar a escada. Desceu devagar, degrau por degrau, ainda assustado pelo pesadelo que o despertou no meio da noite. Chegou na sala que também encontrava-se na penumbra e seguiu devagar, quase que tateando as paredes em direção à porta.
A noite estava fria e caía uma chuva fina. A porta foi aberta e o pequeno menino apareceu timidamente, sentindo o frescor na varanda, seus olhos estavam sonolentos e sua face deixava transparecer um certo temor. Caminhou lentamente para o quintal, ouvindo as vozes da noite que sussurravam seus temores, suas fantasias, sua esperança de alcançar a liberdade que está tão distante ainda. Parou no meio do quintal, próximo ao balanço, que viajava de um lado para o outro, empurrado pelo vento, e sentou-se na grama para brincar com as pedras sem importar-se com a chuva fina que molhava seu rosto. As pedras subiam e desciam seguidas pelo olhar e aparadas pelas pequenas mãos antes de tocar o solo. As pedras subiam e desciam levando-o sonhar através das estrelas escondidas pelas nuvens, pela chuva que refrescava sua alma. Deixou as pedras de lado, levantou-se e seguiu caminhando. O portão estava à sua frente, era só abrir e a liberdade da rua estaria inteira, vacilou um instante, imaginando que os monstros lá de fora, da rua, da vida, poderiam ser piores que os que habitavam seu quarto. Adormeceu no gramado, cansado de procurar uma saída, de ser prisioneiro do castigo no quarto escuro, habitado pelos monstros das histórias infantis feitas e contadas para ninar crianças, onde os pesadelos entravam com o vento pela janela

Sarau Donana - Dia 25 de Setembro

O grupo Pó de Poesia saúda a primavera com o sarau

"Pó de Poesia espalha seu pólen"

Participação Especial: Fã-clube da banda Legião Urbana

Local: CCDonana

Dia: 25 de setembro

Horário: À partir das 19:00

domingo, 5 de setembro de 2010

HOJE



HOJE
Autora: Silviah Carvalho

Estremeço ante ao vento sibilante do amor
Fujo de sua força, do seu poder,
O amor é entrega despercebida da alma
Passamos a viver a vida de outro ser

Hoje contenho meus sentimentos
Cansei de me ver sofrer
Abri no peito um esconderijo
Onde me escondo quando quero me perder

Hoje meu coração se contenta com o silêncio, é ausente.
Vez ou outra quer voar, não permito
Ele fica descontente...
Tudo é tão efêmero aqui dentro da minha mente

Hoje calei minha voz, ouço o vento, que nada diz
Apenas ecos de momentos vãos
Que nada importam, são lembranças do que não fiz
...Aquieto-me no consciente segredar do meu coração

sábado, 4 de setembro de 2010

Negro de valor...



Negro de valor...

O sorriso que ilumina a paz...
Que também diz que é audaz...
O sorriso...
Que tanta inglória traz...
Mas busca ser nobre demais...
Reluz sobre o cobre, o ouro que é.

O olhar sempre em busca da chama...
Que inflama...
Que proclama.

A atitude sempre em busca de cartazes...
Querendo parir...
Parir as glórias da vida e assim reluzir...
Trazendo a importância da magnitude que é a democracia...
Sem hipocrisia...
Sem desarmonia...
Sem covardia...
Mas com muita fé, coragem e ousadia...
Trazendo na bagagem toda a história das feridas...
Com muitas lutas vencidas.

Muros pintados de cores fortes...
Unidas contra a morte...
A morte dos sonhos...
A morte da vida...
A morte da terra e suas avenidas.

O fim da tortura e do sangue...
Sangue de vítimas inocentes...
Que só queriam igualdade com muita dignidade.

Eram os sofredores...
Hoje são os vencedores.
Eram os escravos...
Hoje são os escritores.
Que escrevem suas vidas...
Trilhando a terra prometida...
De cada sonho...
Escrevem seus roteiros sem dor...
Sem cor...
Com muito louvor.

Roupas brancas e adornadas
Com seus guias...
Com suas crenças e suas diferenças.
Olhar esperançoso e sedento...
Sem querer se quer, o lamento...
Mas retidão.
Mas provisão.
Almejando a pluralidade dessa terra colorida.

Tem a cara do Brasil...
Tem os cantos de abril.
O negro...
O íntegro negro.
Cuja correntes arrebentaram...
E um novo destino, traçaram.

Anseia sociedade absoluta
Com sua conduta na luta...
Sempre na labuta de verem as coisas evoluírem...
De verem as coisas progredirem.

Nossa cultura vem do negro meu irmão...
Nossa terra é herança do negro meu irmão...
Foram eles que nos motivaram...
A terem força...
A terem garra...
A terem esperança...
Em dias de guerra...
Em dias lança.


((( Camila Senna )))


(Oração)
Dai-nos ainda nos dias de hoje, oh SENHOR!
Sabedoria para as cabeças pensantes,
Mas que só pensam em dinheiro,
Em riqueza...
Em nobreza...
Pensando que a tal nobreza...
Se encontra no ter, no poder...
Envolvido pelos brancos, brancos de cor...
Que muitas das vezes não tem valor.
Porque para ser de valor, oh meu SENHOR, independe de cor...
Credo
Sangue
Depende é do interior.
Da atitude
Da coragem...
Que os negros descriminados, que são até hoje, tiveram...
Mas eles são audazes e jamais perderão a majestade.


... A nobreza de verdade vem do pó, pó da terra, que foi erguido o castelo, castelo de guerra, guerra contra o preconceito e suas raízes obscuras...”



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DO SEU CORAÇÃO



DO SEU CORAÇÃO

Acho melhor deixar as coisas como estão
Não adianta sair procurando por ai
A doçura de um sorriso
O calor de um abrigo

Ou um paraíso

É melhor continuar no mesmo canto
Não cativar as pétalas de orvalho
Que nascem na brisa
E descobrir o que é amar

E depois chorar

Acho melhor ficar encolhido
Sentindo o frio da solidão
Para não ter que sangrar
Não sentir esperança ao olhar a vastidão

Do seu coração

DESARRANJO



DESARRANJO
Autora: Luciene Lima Prado
Luciene é formada em letras, professora de Literatura, Português, Inglês

Nem o campo nem o abrigo,
Nos momentos que não durmo,
Acolhem meu desaprumo.

A me firmar não consigo,
Segue-se o tempo em curvas,
Onde me entonteço.

Cada pensamento um tropeço,
Que se esfriam nas chuvas;
Faço do que não quero meu transporte.

Nem a rua nem a cama;
Envolvida pelo fastio que me chama,
Eu, então, me calo e me dito a morte.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

À toda


















Vai
Levando tudo,
Retrovisores, pára-choques,
Pára-lamas, muita lama
Jogada sobre as gentes,
Galhos, braços, folhas,
Choro, choro, choro...

Vai
Engolindo tudo,
Ruas, casas, becos,
Homens e avenidas,
Idas, vindas em itinerário
De atropelos em tropel –
Turbamulta e multas...

Vai atropelando tudo
Vertiginoso,
Irresistível,
De roldão,
Enquanto perco a cabeça
E boto a cara pra fora,
Sentindo o vento nas ventas.

Vai sem placas,
Impetuoso,
Sem freios,
Sem meios
De melhorar a condição,
Enquanto perde a cabeça
E a direção nessas curvas.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados