Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Meu país

Meu país são jovens
De Belém a Juiz de Fora,
De Porto Alegre
À Praça Sete
A gritarem:
Fora!
Queremos um país,
Outro, novo
Agora!

Meu país é aquele
A erguer um cartaz,
Em meio a tiros,
Cavalos e canhões,
Que pede paz.

Meu país
É uma praça em chamas
Enquanto nos átrios
Mais alvos e brancos
Só há roubalheira
E infâmia –
Homens imundos
Vestidos de santo.

Meu país
São gritos, brados,
Novo canto,
Coro e esperança
De que enfim romperemos
Os grilhões do passado
E jamais voltaremos
A viver como gado.

Meu país é um sonho
Com o qual cubro-me os ombros,
Verde-louro manto
A resistir, nas barricadas,
Às bombas que explodem
Em terrível estrondo.

Meu país é a moça
A oferecer uma flor
A fardas cinzas, escuras
Repletas de silêncio e dor.

Meu país é esta flor,
Rubra de sangue e ardor,
A provar que a luta não é vã
E a irromper do alvor
De uma nova manhã.

Felipe Mendonça -
Todos os direitos reservados.