Manifesto do coletivo Pó de Poesia
O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.
Creia.
A poesia pode.
(Ivone Landim)
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Tratado de relacionamentos eficazes
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Porque não me ouves antes de te ouvires?
Porque me cedes a morte como um sono e me cravejas cerejas de tempestade todas as noites?
Porque não falas antes de o dia se entreparar em luz e movimento?
Porque estropias o sentimento antes de ele amadurecer conciso e arrumado?
Porque ressonas Wagner em vez de me acalantares doces e reticulas doses de mel?
Ressoas como uma cavernícola intempérie de mares históricos?
Penso que sim, ou não, diz-me?
Nobre lusíada, não és ninfa de silêncio nem ilha perdida de atlântida lembrada, nem areia oceânica mitológica, então que és, pura, doce e lânguida?
Porque me gritas sem gesto nem medo de me perderes no vão dos caminhos?
Porque me assedias e despes para me dissecares em vida nervo a nervo, semente a semente de rogo dorido?
Falo sem me ouvires, grosso teatro do absurdo, e porque lamentas o acto ríspido e insular de me ir embora?
25 Out. 2012
Autor: Carlos Teixeira Luís
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Curupira
Matas essas que me amendrontavam quando menino
E hoje as enfrento com tesão e ousadia de caçador feroz-felino.
Será que o menino em mim morreu?
Ou será que nasceu outro menino?
Será que ele ficou valente?
Será que ele descobriu que a terra
Não passa de enrosco de paraíso com inferno na gente?
o que permanece prece...
separar uma lágrima da outra
no guardado de meus olhos
a campainha tocará intuitiva anunciando
com a frequência de um amigo íntimo
percorrendo o ar como garoa
sussurrando o breu
o revirado da veste
arrancará do beco a hóstia
há de tirar da boca teu nome
o delírio dos sinos, dos poetas
partirá como boa porcelana
como um pedaço de rua inundado
onde os deuses temem pisar
e mortos de fome integram-se
deixará ir o que escuta o verbo
o que nunca tocou a caneta ou papel
e cresce... onde acaba
... o que permanece prece
Poema de Vânia Lopez
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