Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



domingo, 20 de março de 2011

cenas das portas

meu bem saiu
o barulho dos passos
corre nas pessoas
(no corpo e na cabeça)

deixo aqui um bilhete e uma planta
que rego desde que te conheci
e um chá quente esperando por você
vou manter a poesia acesa
e o portão cerrado
nessa saudade interminável

vou me refugiar no batom
calar teu nome
na porta da frente

não vou te amar
do jeito que quer que eu te ame
(vou estar com frio... pegando fogo)

Poema de Vânia Lopez.

Ao fogo brando

A manta que se veste,
A sopa que se esquenta,
O outono que se esquece
Do inverno que aparenta.

À tarde, que se aquiesce,
Acresce. O que se inventa
Encaixa ao que parece
Ao forno uma polenta.

Quem dera que estivesse
À venda o que apascenta;
E o fogo, meio indolente,
Unisse a referência.

Poema de Yayá.

Bagunça Organizada

Albinos e Daltônicos
Poema a quatro mãos
com Paulo Cruz


Borboleta amarela...
Estrela preta...
O sol é incerto e a noite, certeza.
O dia é uma noite clara.
A noite é um dia escuro.
E se o dia é uma noite clara...
E se a noite é um dia escuro...
- E o meio-dia?
- E a meia-noite?
A noite cai e o sol se impõe.
Borboleta preta!
Estrela amarela!

Amigo Secreto

Meu amigo imaginário
não tem um pingo de imaginação.

A Outra Face

O reverso
da moeda
é o troco.

Catedral Interior

praias paradisíacas
paraísos artificiais
regiões inóspitas
eu
meu retiro espiritual

Cinco Pontas

Eu queria entender
de estrelas do mar
de estrelas do céu
para desengatar
a estrela cadente
da estrela do mar

Competição Desleal

Dia a dia
no pódio
os frutos da discórdia
e as sementes do ódio.

Aos Vermes

§
deus me defenda
do imposto de renda
deus me defenda
da calcinha de renda
deus me defenda
antes que eu me renda

deus não se ofenda
minha alma não está a venda
é uma oferenda
uma mera merenda

§
a água devora a rocha
a criança devora o ancião
a máquina devora o homem
pombo correio devora pomba da paz

corvos devoram espantalho
planta carnívora devora animal vegetariano
a serpente devora a si mesma
os sapos também comem rãs

na cadeia alimentar dos seres livres
decifra-me ou devora-te a ti mesmo
a lei do antropófago
é pôr no do outro


Andri Carvão.

a Culpa

eis-me por calor insistente..

à reles.. cena da mente
e
derruba-me por sonho quisto
nunca visto
antes.
da imagem retirada,
um quadro fixo, mas impostor
porém,
da estiagem lasciva dos meus espaços-olhos,
visão de corpo
tal posto
minha obsessão resfriada
em grito cego
pois, sendo
à meada..
do repto.
do “um” curso que não volta
por ora, eu penso que sei
mas,

eis-me, por conselho deixado pra mim..

é cedo
qual pátio da vénia-desespero, que
eleva-me..
canta-me honras ao contos dos vis
sendo-me o oposto do que prego
e,
ofereço-me à segregação do meu interesse
próprio,
quando não mais vier o lado do canto que eu quero
quando
apartar-me, em letra reparada
antes versada,
mas, ainda palavra
que.
à espera,
te fiz..

jogue-me. às redes por um fim de tarde..
oh!
afronta-me por temores que não soube declarar
e.ainda assim, me impeço

de cair.



..






por um nada que consome o fogo
sendo ao todo começo pensado
sendo fim, ao termo-outro que tentei-me à paginar
oh, tolo tempo paginado!
tolo conto sem memória de um dia em prévias de fim!!
tolo! tolo pacto de ilusão à queda, quando,
à peça tragédia, é parte.
da parte.
em casa-criada da época acima de mim.

então,
leve-me. estaca por recomeço,
meu preço, é este:



tudo.


http://www.youtube.com/watch?v=VlHka4gJP_k


Poema de Azke.