Manifesto do coletivo Pó de Poesia

O Poder da Poesia contra qualquer tipo de opressão
Que a Expressão Emocional vença.
E que o dia a dia seja uma grande possibilidade poética...
Se nascemos do pó, se ao morrer voltaremos do pó
Então queremos Renascer do pó da poesia
Queremos a beleza e a juventude do pó da poesia.
A poesia é pólvora. Explode!
O pó mágico da poesia transcende o senso comum.
Leva-nos para um outro mundo de criatividade, imaginação.
Para o desconhecido; o inatingível mundo das transgressões do amor
E da insondável vida...
Nosso tempo é o pó da ampulheta. Fugaz.
Como a palavra que escapa para formar o verso
O despretensioso verso...
Queremos desengavetar e sacudir o pó que esconde o poema...
Queremos o Pó da Poesia em todas as linguagens da Arte e da Cultura.
O Pó que cura.
Queremos ressignificar a palavra Pó.
O pó da metáfora da poesia.
A poesia em todos os poros.
A poesia na veia.


Creia.


A poesia pode.


(Ivone Landim)



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Moça de sorriso aberto...



Moça de sorriso aberto...
De sentimentos secretos...
De lágrimas cheias,
De vontade latente de encontrar intensamente...
O cenário dos sonhos, aquele, que outrora fora esquecido no inconsciente.
Mas que hoje é pólvora, queima a carne, dilacera o coração que foi costurado à mão.

Moça de sorriso aberto...
Que não desiste do simples, é forte, é guerreira.
Caminha nas ruas como se nunca houvesse sofrido ou chorado,
Talvez por isso ninguém perceba tamanha urgência.
Ela assusta, tem ar de mistério, respira o tédio sem remédio...
E ainda sorri encantando aos que com alma sensível a sentem por dentro.

Moça de sorriso aberto...
Faz do seu hall estar seu cúmplice andarilhando tudo...
Do coração dos que a amam... Ao chão dos cachorros sujos da rua.
Do seu cordão de jade, fez seu amuleto,
Da sua boina fez seu chapéu de época,
Transcende a moda que se especula em cada esquina, em cada loja.

Moça de sorriso aberto...
Do ego ferido bordado com pano de chita...
Que ilumina sua pele branca tatuada,
Exalando escancaradamente sua falsa brandura.
Mas é persistente e não dá guarida para o preto e o cinza.
O tempo pode fechar, mas seu coração é como mar aberto...
Recebe o sol dourado deixando-o impregnar todo seu interno.

Moça de sorriso aberto...
É mulher, mais insiste em continuar menina...
Vive com a rima na ponta da língua...
Às vezes fica triste por não encontrar a meninice no seu dia-a-dia, na sua rotina.
Exala naturalmente toda sua feminilidade,
Ainda assim é casta e mantém a pureza no olhar sem maldade...
Ansiando brincar, conviver com o simples que muitos não enxergam e não acham atraente.

Seu prazer é o de correr na chuva...
Sentir o sol revigorando, dando nova têmpera a sua alma...
Paquerar a lua ouvindo música com uma taça de vinho...
Podar suas plantas e vibrar, quando a mesma, está a desabrochar.

Tem dias que, por ironia, tudo muda, deixando seu riso mudo no viaduto...
A chuva vira pedra,
O sol cega sua retina,
A lua vira puta,
As plantas, coitadas, por tanta inveja alheia da sua vivacidade e energia, murcham.


Morto-vivo

As drogas me deram asas para voar, depois me tiraram o céu...
(John Lennon)


Fascínio
Vê estrelas
Brilhantes!
Como diamantes

Cria asas
Voa alto
Voa baixo
Voa rasante

É um circulo de gente
Que conhece muita
Gente, mas não te
Vê como gente

Sabe que perderás
A alma
As asas
O círculo se fechará

E a ti
Restará o labirinto
O grito
A dor
O desamor

A adrenalina
Passa da euforia
A depressão
A solidão

Não é mais humano
Emite grunhidos
De um zumbi perdido
No meio dos vivos!

Poema de Sandra Soares